sábado, 20 de setembro de 2014

Dilma cai no funk, Aécio joga capoeira e mais candidatos que saíram do protocolo

Dilma atente a pedidos e dança funk em encontro com a juventude em Belo Horizonte (13/9)
* IG - Esses momentos fora do protocolo não são novidade nas campanhas eleitorais, pelo contrário, eles fazem parte do script, de acordo com Carlos Ranufo, cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Os candidatos descem do seu pedestal e se colocam como um igual em relação ao eleitor. Ele está ali, junto ao povo, buscando o voto. Ele faz o que é necessário para buscar uma identificação com o eleitorado”, explica Ranufo. 

E em busca desta tal identificação, vale atender aos pedidos dos eleitores, mesmo os mais inusitados. Foi exatamente o que fez Dilma ao cair no funk, durante o encontro com jovens em Belo Horizonte. Durante o evento, estava previsto que ela assistiria uma apresentação de “passinho”, um estilo de dançar funk. Mas o convite para a candidata  foi uma surpresa.  
Após a apresentação, os dançarinos começaram gritar “Vai Dilma”, a incentivando a dançar. Ela não resistiu ao convite e entrou na onda. Segundo a assessoria dela, o “sim” da presindente foi tão rápido que eles quase não conseguiram registrar o momento. Dias depois, no Rio, a petista repetiu a dose numa nova apresentação de funk. 
Dançar também faz parte da campanha de Aécio. Da mesma forma que a candidatura do PT, a do PSDB disse que esses atos não são programados. Nestes últimos meses de campanha, o tucano dançou com Ana Amélia Lemos, candidata do PP ao governo do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e também se divertiu improvisando alguns passos numa visita ao abrigo Cristo Redentor, no Rio. 
Em outro momento de descontração, Aécio mostrou seu lado esportista e suou numa partida de futebol, que reuniu famosos como Zico, Bebeto e Dadá Maravilha.  
Seja no futebol, seja na dança ou em algum evento similar, os políticos se arriscam para mostrar ao eleitor que não são diferentes deles. “O candidato não vai se expor ao ridículo, mas ele tem que demonstrar uma certa flexibilidade. Bater uma bola, dançar um sambinha... Isso faz parte do jogo”, analisa Carlos Ranufo.
Entre os presidenciáveis líderes nas pesquisas, Marina Silva é a mais contida em eventos deste tipo. Mas o comando de sua candidatura diz que ela não é resistente a momentos descontraídos. “A Marina é bastante respeitosa e tem um tratamento muito caloroso com a população. [Se fosse convidada a dançar ou algo assim] Ela faria o que se sentisse a vontade”, argumenta Walter Feldman, coordenador de campanha da candidata do PSB.
Skate, sapato voador, selinho e mais
Nas eleições anteriores, alguns candidatos marcaram por momentos de descontração. Em 2012, por exemplo, na corrida para a prefeitura, andar de skate entrou na agenda das campanhas. José Serra (PSDB), que concorria em São Paulo, quase levou um tombo. Já Eduardo Paes (PMDB), que seria reeleito no Rio, foi parar no chão depois de algumas manobras. Em 1990, Luiza Erundina, na época deputada federal, também subiu na prancha e, pela imagem na galeria acima, mostrou desenvoltura.
Em suas campanhas, Serra virou personagem particular, por sempre aparecer em cenas inusitadas. Em 2010, quando era presidenciável pelo PSDB, ele fez uma aula de jump (cama elástica) durante uma visita a Manaus. “Sempre fiz corpo a corpo e isso significa receber carinho e levar energia”, comentou o político, na época. 
Também em 2012, Serra perdeu um sapato ao tentar chutar uma bola em Ermelino Mattarazzo, em São Paulo, e ainda ganhou um selinho durante caminhada pelo centro paulistano. Mostrando bom humor,  o tucano usou imagens destas situações em seu programa do horário eleitoral.
Em 1989, o então candidato a presidente Fernando Collor abusou das imagens descontraídas em sua campanha, na qual acabou se elegendo. Katia Saisi, professora de marketing político da USP, lembra que ele queria se mostrar como novo e também por isso fugiu do padrão usual de propaganda, aparecendo correndo, jogando tênis e fazendo mais esportes na televisão. 
Entretanto, é preciso ter cuidado. O eleitor pode ficar incomodado se não sentir verdade nas ações. Para a atitude descontraída dar certo e aproximar o político do eleitorado, tem que de haver naturalidade e alguma relação com o comportamento habitual do candidato.
“Funciona ou não dependendo do referencial de informação que o eleitor tem antes. O senador Suplicy no meio de um discurso cantando funciona porque as pessoas já tem referencial desse comportamento dele. Se não tiver essa relação, a atitude pode causar rejeição”, conclui Emmanuel Publio Dias, especialista em marketing político e professor da faculdade ESPM.

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