Depois de fechar 2013 com mais de R$ 40 milhões em dívidas, o Santos desafiou a matemática para repatriar o ídolo Robinho e agora assiste ao rombo financeiro aumentar. Com a responsabilidade de desembolsar mensalmente R$ 600 mil para quitar o salário do atacante, o clube já começou a atrasar os vencimentos de funcionários e fez cortes até em alimentação de atletas das categorias de base.
Com dois meses de atraso na folha salarial dos jogadores, o Santos só conseguiu fazer o pagamento de alguns funcionários que trabalham em departamentos diversos do clube dez dias depois da data. Conselheiros afirmam que a diretoria tem cortado refeições dos atletas da base para economizar e que, no último sábado, os garotos receberam apenas um “saquinho com um lanchinho”. Semana passada, por meio de nota oficial, o clube desmentiu os conselheiros e negou a prática.
A intenção do presidente Odílio Rodrigues era alavancar as vendas dos ingressos tendo Robinho na Vila Belmiro. O número de sócios-torcedores aumentou, porém, a meta da diretoria ainda não foi atingida. Antes de o atacante desembarcar em Santos, o time tinha uma média de público no Brasileirão de 8.936 torcedores; com ele, surpreendentemente, o número caiu para 7.396.
A renda de bilheteria, consequentemente, sofreu queda de R$ 50.664 do perído pré-Robinho para o e pós-Robinho. Antes da chegada dele, o clube tinha arrecadação líquida média de R$ 90.736,09; com ele, apenas R$ 40.071,89. Na Vila Belmiro, o atacante atuou nos duelos contra Corinthians, a estreia, Atlético-PR, Coritiba e Figueirense.
Já visando melhorar as cifras, o Santos faz promoção e vende ingressos para a partida contra o Goiás, domingo, no Pacaembu, a R$ 5. As entradas para o Tobogã custarão R$ 10, sendo que estudantes e sócios têm direito a meia-entrada. No jogo contra o Vitória, o mesmo foi feito e o clube colocou 14.205 no estádio - segundo melhor público do time no Brasileirão, atrás somente do duelo com o Atlético-MG, que teve 15.600 pagantes.
Mesmo com todos os problemas financeiros do Santos, Robinho já reiterou o desejo de permanecer. O Milan tem contrato com o brasileiro até 2016, e um novo empréstimo não está nos planos. Em 2010, o clube italiano pagou cerca de R$ 33 milhões por ele e ainda espera recuperar o investimento. Especula-se que o Orlando City, dos Estados Unidos, estaria disposto a contratá-lo para a disputa da MLS (Major League Soccer) na próxima temporada.
Se decidir brigar pela continuidade de Robinho, o time da Vila Belmiro terá de montar uma operação semelhante à de Neymar. À época, o clube recusou mais de R$ 100 milhões de Real Madrid e Barcelona e renovou com o craque, mediante um aumento de salário em 50% e da multa rescisória, que saltou de 35 milhões de euros para 45 milhões de euros. Patrocinadores (Banco do Brasil), marketing e plano de carreira ajudaram o Santos a honrar os compromissos com o então camisa 11. A idade avançada de Robinho (ele está com 30 anos), entretanto, atrapalha na busca por investidores.
Outro fator que complica o "fico" de Robinho é o momento político do clube. Com as eleições no fim do ano, a situação tem poucas chances de se manter no poder, uma vez que ao menos três opositores já confirmaram que concorrerão à presidência: Modesto Roma (Santos Sempre Santos), Orlando Rollo (Terceira Via Santista) e Vagner Lombardi (Resgate Santista). Uma aliança entre os grupos não está descartada.
A esperança da atual gestão é que Robinho contribua na exposição do Santos na TV Globo e ajude no acordo com um patrocinador máster, coisa que não acontece desde janeiro do ano passado. Restam apenas pouco mais de dois meses.
* Com Informações do IG
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