quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Irã adia execução de mulher condenada por matar homem após tentativa de estupro


* IG - Reyhaneh Jabbari, de 26 anos, havia sido transferida para uma prisão no oeste da capital iraniana, Teerã, onde seria executada com enforcamento. Mas ativistas afirmaram na terça-feira (31) que, após uma campanha iniciada na Internet, as autoridades deram à mulher um indulto de 10 dias.

O grupo de direitos humanos Anistia Internacional disse que Jabbari foi condenada após uma investigação falha. Ela foi presa em 2007 pelo assassinato de Morteza Abdolali Sarbandi, um ex-funcionário do ministério de Inteligência do Irã.
Jabbari foi colocada em confinamento na solitária por dois meses. Nesse período, não teria tido acesso a um advogado ou à família, e foi condenada à morte por um tribunal de Teerã em 2009.
A Anistia Internacional disse que, embora tenha admitido esfaquear Sarbandi uma vez nas costas, Jabbari alegou que outra pessoa teria matado o homem. A alegação nunca teria sido investigada corretamente, acrescentou a entidade.
Protesto
Na segunda-feira (29), autoridades iranianas confirmaram que Jabbari foi transferida para a prisão de Rajaishahr e seria enforcada.
Uma campanha pedindo pela suspensão da execução foi lançada no Facebook e no Twitter, por meio da hashtag#SaveReyhanehJabbari. Imagens do protesto do lado de fora da prisão também foram postadas nas redes sociais.
Na terça-feira (30), ativistas e blogueiros afirmaram que a execução de Jabbari teria sido adiada para que a família de Sarbandi pudesse ser consultada. Eles citaram uma carta que teria sido escrita pela mãe de Jabbari, Sholeh Pakravanin, agradecendo o apoio e os esforços para salvar a vida de sua filha.
O adiamento da execução da iraniana acontece depois de ativistas afirmarem que um ex-psicólogo foi executado por "corrupção na Terra e heresia na religião", perto da cidade de Karaj, no centro-norte do Irã, na quarta-feira passada.
Segundo os ativistas, Mohsen Amir Aslani, de 37 anos, foi preso há nove anos após dar aulas de religião nas quais expunha suas próprias interpretações do Corão. Ele foi depois acusado pelas autoridades por insultar o Profeta Jonas.
O Judiciário do Irã negou que a execução da Aslani tinha ligações com suas crenças religiosas. Autoridades afirmam ter executado o homem por manter relações sexuais ilícitas com vários de seus alunos, informou o jornal britânico The Guardian.

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