sábado, 25 de outubro de 2014

‘Mensalões’, crise da água e corrupção da Petrobras marcam último debate

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Os candidatos à Presidência da República — Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) — voltaram a trocar acusações no último debate antes do segundo turno das Eleições 2014 nesta sexta-feira (24). Ambos os candidatos criticaram a prática do outro de fazer caixa dois para financiar campanhas e partidos políticos, os chamados “mensalão” e “mensalão mineiro”, abordaram a crise da água em São Paulo e se remeteram novamente à corrupção na Petrobras.

Em relação aos “mensalões”, Aécio perguntou a Dilma o que ela achava sobre a condenação de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, e outros membros do PT pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A presidente respondeu com uma acusação de que o partido de Aécio também cometeu crime parecido, mas os acusados não foram julgados.
— Se o senhor me responder por que que o chamado mensalão tucano-mineiro até hoje não foi julgado, por que o senhor Eduardo Azeredo [ex-presidente do PSDB e ex-governador de MG] pediu renúncia do seu cargo para o processo voltar para a primeira instância, o senhor estaria sendo de fato uma pessoa correta. Mas, não. o senhor faz uma política e adota uma estratégia nesse debate estranhíssima.
No embate promovido pela TV Globo, Dilma prosseguiu dizendo que “houve o julgamento do mensalão ligado ao meu partido”. A presidente ressaltou que “eles foram condenados e foram para a cadeia, no entanto, o mensalão do seu partido, não teve nem condenados nem punidos. É essa a realidade, não fuja dela”. Aécio, prontamente, rebateu.
— Se a senhora quer falar do mensalão mineiro, vamos aguardar que ele seja julgado. Mas a senhora antecipou algo que pode, amanhã, criar constrangimentos porque o principal acusado do mensalão mineiro é o coordenador da sua campanha em MG, o senhor Walfrido Mares Guia.
Crise hídrica
Dilma perguntou ao tucano sobre a falta de água no Estado de São Paulo, que se tornou uma ameaça aos paulistas — há risco de racionamento do recurso natural. Aécio respondeu dizendo que “certamente que houve [falta de planejamento], candidata e segundo o TCU do seu governo”.
— Estamos tendo ausência em toda a região Sudeste. Houve falta de chuvas. O governo de São Paulo foi fazer o que estava em suas mãos e o eleitor de São Paulo escolheu quem falava com sinceridade. [...] Não tivemos a parceria da ANA. Por que será que eles não estavam aqui?
A petista disse que “a água é responsabilidade do Estado” e afirmou que o governo federal foi “parceiro no caso do projeto do [obra do reservatório] São Lourenço”. Segundo Dilma, o governo deu o “dinheiro para fazer o projeto, demos R$ 1,8 bilhão”.
— Não planejar no Estado mais rico do País é uma vergonha. Porque os Estados do Nordeste estão com a mesma seca. Vou ter que concordar com o humorista José Simão: estamos caminhando para o programa Meu Banho minha vida.
Corrupção
Mais uma vez, o tema corrupção permeou o encontro entre os presidenciáveis. A primeira pergunta foi feita por Aécio Neves e teve como tema a reportagem da revista Veja, desta sexta-feira, que afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff sabiam das irregularidades na Petrobras e os repasses de recursos para partidos políticos.
Dilma respondeu ao senador dizendo que Aécio faz uma “campanha agressiva a mim e isso tem sido reconhecido pelos eleitores”. Em seguida, avisou que “essa revista que faz oposição a mim faz uma calúnia e difamação”.
— A revista Veja não apresenta nenhuma prova do que faz. Eu manifesto a minha inteira indignação porque essa revista tem o hábito de, na reta final das campanhas, dar um golpe eleitoral. Fez em 2002, 2006 e 2010 e agora faz em 2014. O povo não é bobo. O povo sabe que está sendo manipulada essa informação porque não há prova. Eu irei à Justiça para me defender.
Aécio reforçou sua pergunta ao dizer que “a delação premiada só traz ao réu o benefício se ele apresentar provas”, uma alusão ao acordo que o doleiro Alberto Youssef, preso em Curitiba desde março deste ano, fez com a Justiça.
Mais adiante no debate, Dilma disse que propôs “medidas de combate à impunidade”, como “transformar em crime eleitoral o caixa dois” e punir “o funcionário público que não comprovar origem de um bem”.
— [Vou] Criar uma instância dentro dos tribunais superiores para julgar com mais rapidez os crimes de colarinho branco.
A votação do segundo turno das eleições presidenciais ocorre neste domingo (26), das 8h às 17h. Quase 143 milhões de eleitores vão às urnas, sendo que, deste total, quase 50 milhões também vão escolher governadores de 13 Estados e do Distrito Federal. 
Fonte: Jornal de Hoje via R7

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