quarta-feira, 22 de outubro de 2014

PF decreta sigilo no inquérito sobre mala apreendida com R$ 520 mil

Mala com dinheiro apreendida no aeroporto de Viracopos, em Campinas (Foto: Receita Federal)A Polícia Federal determinou sigilo das investigações sobre a mala com R$ 520 mil, em espécie, apreendida pela Receita Federal no Aeroporto de Viracopos. De acordo com o delegado do caso, Hermógenes de Freitas Leitão Neto, o procedimento foi adotado por se tratar de uma suspeita de lavagem de dinheiro.
"Todo crime de lavagem de dinheiro tramita em sigilo. Existe a suspeita e este é o procedimento", resumiu o delegado. O passageiro voou de Aracaju (SE) com destino a uma cidade do Paraná, e fazia escala no terminal aéreo de Campinas (SP) quando foi abordado em uma inspeção de rotina, na sexta-feira (17). De acordo com o órgão, ele não conseguiu comprovar a origem do valor, mas foi liberado após depoimento.
Nesta terça-feira, a Receita Federal confirmou que, em uma das notas, de R$ 10, havia escrito à mão o nome "Andinho", que coincide com o apelido de um dos principais criminosos do estado de São Paulo, o sequestrador e narcotraficante Wanderson Nilton de Paula Lima.
O delegado da PF disse, nesta terça-feira, que o prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias, mas o tempo pode ser prorrogado por igual período. Para não quebrar o sigilo, ele não confirmou quando o proprietário da mala será ouvido novamente, se outras testemunhas foram intimadas, se há contato com a PF no Paraná ou se haverá quebra do sigilo bancário do rapaz.
Não há informações também sobre a cidade de origem do rapaz e se ele tem passagem criminal. "Todas as medidas de polícia judiciária serão adotadas, mas, o que será feito ou não é sigiloso. Quem estava com o dinheiro tem de provar a origem", frisou Neto. Segundo a Receita, os números de série das notas não apresentavam sequência lógica, que indique a origem.
O caso
O inspetor-chefe da alfândega de Viracopos, Antonio Andrade Leal, disse nesta segunda que é incomum que passageiros carreguem essa quantia. "Foram pouco convincentes os argumentos que ele apresentou", afirmou. De acordo com Leal, o suspeito, de 30 anos, disse que era empresário, entretanto, estava fora do mercado atualmente. O caso ocorreu na sexta-feira (17).
Entre as justificativas apresentadas, explicou Leal, foi a de que o valor era resultado de economia de muitos anos. O passageiro prestou depoimento à Receita Federal das 6h de sexta-feira até o início da tarde e foi liberado para seguir viagem. Segundo o órgão federal, inicialmente o suspeito declarou que não havia nada na mala de mão e também deu informações incorretas sobre a quantia carregada, o que reforçou a suspeita sobre a origem do dinheiro.
Uma representação foi feita para o Ministério Público Federal (MPF) e o valor fica retido em uma conta administrativa, informou a Receita. De acordo com Leal, é preciso comprovar a origem dessa quantia. "Existe risco de lavagem de dinheiro", afirmou o inspetor-chefe.

Fonte: G1

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