terça-feira, 14 de abril de 2015

Exportação de melão mossoroense cresce 5% em relação ao ano anterior

Melão produzido em Mossoró é reconhecido internacionalmente pela qualidadeDe acordo com o presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade (Coex), Luiz Roberto Barcelos, o volume de exportação de melão cresceu 5% na última safra em relação à do ano anterior. No período de agosto a meados de março deste ano, época da safra, fatores como outono mais quente no continente europeu e alta no valor do dólar ajudaram a aumentar a demanda pela fruta produzida na região, que, hoje, conta com selo de Indicação de Procedência desde 2013.

“O melão mossoroense é reconhecido no mundo todo pela qualidade. Trabalhamos muito para chegar a este nível e nesta safra a qualidade da fruta, inclusive, foi superior à do ano passado. Vale ressaltar que o ano do melão não é o mesmo ano civil e que nossa safra vai de agosto a março. Agora estamos entrando na fase de preparação e recuperação da terra”, explica Luiz Roberto Barcelos.
Outro fator que contribuiu para o aumento na exportação do melão foi a diminuição da safra espanhola. A Espanha é hoje o terceiro maior mercado consumidor do melão mossoroense, atrás somente da Inglaterra e da Holanda.
Atualmente, 50% do que é produzido na região destina-se ao mercado internacional. Já a outra metade é vendida ao mercado nacional, que também apresentou aumento na última safra devido, segundo o presidente do Coex, à melhora no poder aquisitivo dos brasileiros. No entanto, a projeção é que a demanda interna passe por desaquecimento.
“Quando as pessoas aumentam o poder aquisitivo, costumam comprar mais frutas. No entanto, devido a essa crise, o consumo no Brasil deve diminuir, mas estamos preparados para canalizar a produção para o mercado internacional, que tende a continuar comprando”, disse.
Mesmo com a expectativa de aumento na demanda internacional por melão, Luiz Roberto Barcelos afirma que os produtores ainda não estão seguros em aumentar a produção na próxima safra. O motivo do receio seria a insegurança hídrica que tem afetado a região nos últimos três anos.
“Embora não tenha faltado água, nos preocupamos com a baixa no volume dos lençóis freáticos. Precisamos de um volume acumulado de chuvas de 1.000mm. Porém, a média histórica foi de pouco mais de 600mm e nos últimos três anos ela tem ficado em torno de 400mm. Por isso a quantidade de áreas plantadas não deve passar por grande ampliação”, informa.

Produtores buscam ampliar venda de melão no mercado internacional

Além dos países europeus, Luís Roberto Barcelos conta que os produtores conseguiram contratos de venda para o Chile no ano passado e têm buscado parcerias comerciais com o Oriente Médio e os Estados Unidos. No entanto, este último impõe uma barreira que prejudica a competitividade do melão brasileiro: a cobrança de sobretaxa de 28% para comercialização no país.
“Os Estados Unidos cobram essa taxa extra sobre o melão brasileiro como medida de proteção ao produto produzido em países com quem tem acordos comerciais. Isso prejudica os produtores brasileiros porque encarece nosso melão. Temos tentado fazer com que o Brasil formalize parceria com o EUA para poder abrir o mercado aos produtores brasileiros”, conta o presidente do Coex. 
Luiz Roberto Barcelos afirma que, atualmente, a produção de melão é responsável por mais de 15 mil empregos diretos na região, além de muitos postos de trabalho indiretos, tanto formais quanto informais. Segundo ele, mesmo no período de entressafra, de abril a julho, os níveis de ocupação permanecem altos devido ao fato de muitos trabalhadores se dedicarem ao trabalho em pequenas propriedades.
“Nossos trabalhadores, além de receberem todos os direitos como seguro-desemprego e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), aproveitam o período de entressafra para se dedicar a culturas como feijão e milho, mantendo a economia ativa no período”, destaca.

Fonte: Cidade News via O Mossoroense

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