Bombeiros combatem fogo em casa de suspeitos de matar cozinheira (Foto: Márcio Venício/TV Anhanguera) |
* G1 - O Corpo de Bombeiros combateu, na manhã desta sexta-feira (3), a um incêndio na casa dos suspeitos de matar a cozinheira Marizete de Fátima Machado, de 53 anos, em Goiânia. A residência fica no mesmo local onde funciona a pamonharia dos suspeitos. O filho da cozinheira, Douglas Vinicius Machado de Abreu, foi detido no local pela Polícia Militar. Segundo a PM, ele confessou ter ateado o fogo.
Segundo os bombeiros, o fogo foi controlado por volta de 7h50. O incêndio destruiu um cômodo da residência e não chegou a atingir o estabelecimento comercial dos suspeitos.
Uma vizinha informou ao G1 que começou a sentir o cheiro de fumaça pouco antes de 7h e, com medo, saiu da região. A mulher, que não quis se identificar, afirmou não ter visto o que provocou o fogo, mas acredita que tenha sido intencional. “Tem muita gente aqui com raiva deles”, disse.
O comerciante Willian Divino da Silva Moraes, de 28 anos, e a mãe dele, uma comerciante de 55 anos, estão presos suspeitos de terem matado a vítima. Eles são proprietários de uma pamonharia concorrente à que a vítima trabalhava e, para a polícia, a motivação do crime seria uma disputa por clientes.
A cozinheira levou cinco tiros e teve mais de 40% do corpo queimado. Marizete morreu na tarde de terça-feira (31), após dois dias internada no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Crime
O crime aconteceu no último dia 29. Após sair do trabalho, Marizete foi levada para um matagal em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia, onde foi baleada e queimada. Mesmo ferida, ela caminhou cerca de 2 km e consegui pedir ajuda.
"[Ela estava] queimada, com muito sangue. Tinha tiro na cabeça, nas costas, para todo lado. Mas ela estava consciente e falou quem foi que atirou, falou tudo”, disse a comerciante Geralda Santos, a quem Marizete pediu ajuda.
Investigação
O caso é investigado pelo delegado Manoel Borges, titular do 7º Distrito Policial de Goiânia. No depoimento que prestou à polícia, a suspeita negou ter participação com o caso e disse que estava em casa no momento em que Marizete foi ferida. Ela está detida em uma cela do 14º DP.
Já o filho foi detido na quinta-feira (2). Em um vídeo divulgado pelo Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer),Willian a mãe foi a responsável pelo homicídio. Nas imagens, o rapaz diz que a vítima tinha desavenças com a sua mãe.
“Eles ameaçavam minha mãe de morte. Todos os dias ficavam implicando. Minha mãe deu os tiros nela [vítima] e colocou fogo”. Porém, em entrevista a jornalistas, Willian reforçou que não matou ninguém. "Eu não sei de nada não. Arma? Não estou sabendo de arma nenhuma não", disse.
Disputa
O delegado também colheu o depoimento do patrão da vítima. Ele afirmou que tem a pamonharia há 18 anos e que há cerca de um ano a suspeita e o filho abriram um restaurante em frente ao dele. Segundo o comerciante, os concorrentes implicavam porque não conseguiam obter mais clientes, mesmo tendo produtos mais baratos.
A possível motivação do crime surpreendeu o delegado. “Isso, do ponto de vista jurídico e penal, é um agravante. Foi muito fútil tentar tirar a vida de uma pessoa porque vende pamonha mais gostosa do que a sua. Isso é reprovável sob todos os pontos de vista, social e penal. Vão responder criminalmente, a mãe e o filho", afirma Borges.
A vítima trabalhava há pelo menos cinco anos no local. Segundo a auxiliar de cozinha Ana Rosa da Silva Costa, a desavença entre os comerciantes é antiga e existe desde que a pamonharia se instalou no local. Inclusive, a funcionária conta que as ameaças dos concorrentes eram constantes.
Outra colega de trabalho da vítima, a garçonete Débora da Silva Bastos, relata que, há um mês, encontrou na porta da pamonharia um trabalho espiritual com o nome de nove funcionários. "Um funcionário da noite encontrou lá fora e jogou dentro do lixo, daí retirando o lixo eu encontrei e entreguei para minha patroa, só que achei estranho, tinha vários papeizinhos dentro do vidro e daí ela viu que tinha os nomes dos funcionários", conta Débora.
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