O aposentado José Narciso Alves, “Zequinha”, de 81 anos, está com tudo preparado para o sepultamento dele no cemitério municipal de Pesqueira, Agreste de Pernambuco. O túmulo com seis metros de altura, tem televisão e cruz no topo, além dos dizeres “Deus é bom, perdoa Zequinha”. Ao G1, o idoso conta o motivo do planejamento antecipado: “Fiz isso já para me prevenir e ver se Ele não se esquece de mim”, brinca.
Na placa do túmulo da família já constam data de nascimento de Zequinha – sem lacuna para a de falecimento – e o epitáfio dele: “Saudade dos meus amigos e familiares”. Sobre a televisão, José Narciso explica que “foi para ficar mais bonito e diferente de todos”. Ele não achou suficiente ter um túmulo alto. “Tinha que ter mais alguma coisa”, diz o aposentado.
Apesar do tamanho e dos seis compartimentos que a construção possui, o aposentado revela que queria deixar o local maior. “Eu queria ver se deixava ao menos numa altura de 10 metros, que era para ficar ainda mais diferente. Mas, como eu queria tudo igual e não achei a cerâmica do mesmo modelo, desisti e deixei do jeito que estava”, conta.
No túmulo estão enterradas sete pessoas, cujos restos mortais foram : a mãe, três irmãs, duas sobrinhas e uma amiga do aposentado. Ele vai todos os dias ao cemitério para limpar o túmulo.
Aos 81 anos de idade, ele ainda planeja fazer algumas mudanças na catacumba. “Eu não pretendo morrer logo, então estou pensando em comprar uma televisão daquelas mais modernas para coloca lá no túmulo. A que está lá é muito antiga”, justifica.
Família
José Narciso foi criado pela mãe e o pai abandonou a família em 1939, quando o aposentado tinha cinco anos. Ele tem 13 filhos, 19 netos, quatro bisnetos e casou três vezes, mas atualmente mora sozinho. “Eu vivo muito tranquilo. Tenho uma vida muito boa. E, se tiver que morrer, morro em Pesqueira. Não gosto de outro lugar de jeito nenhum”, enfatiza.
* MaisPB via G1
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