Um homem foi morto, com dez tiros, na Rua Doutor Carlos Ribeiro Pamplona, ao lado do Fórum Clovis Beviláqua, no bairro Edson Queiroz. Francileudo Ferreira Lima, 26, morava da comunidade da Mangueira, no Conjunto São Miguel, em Messejana (zona Sul da Capital) e era apontado como responsável por vários assassinatos ali.
Foto: Viviane Pinheiro |
De acordo com informações do delegado Fábio Torres, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francileudo teria ido ao fórum com o objetivo de intimidar algumas pessoas que iriam depor contra ele. "Hoje, aconteceu uma audiência em que testemunhas de acusação depuseram em um caso de homicídio que ele aparecia como réu. Ele foi à audiência para impor medo aos depoentes".
Francileudo não foi sozinho ao fórum. Um grupo o acompanhou. Na hora de voltar para casa, ele e uma amigo, identificado como Wellington da Costa Cruz, 20, que também já tem registros na Polícia pela prática de crimes, entraram em um táxi. As outras pessoas, inclusive a mãe de Francileudo, que também tinha ido ao Fórum com o mesmo propósito do filho, embarcaram em outro veículo.
No momento que o táxi partia, um Voyage preto se aproximou e dois ocupantes desceram, efetuando disparos contra o táxi em que o homicida e o amigo estavam. Pelo menos, 19 tiros atingiram o carro. Segundo o perito Robério Abreu, da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), dez destes disparos atingiram Francileudo. Wellington foi ferido no abdome e socorrido momentos após, por uma ambulância do Samu, que o levou até para o Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro).
O taxista, identificado apenas como Antônio, foi ferido de raspão no braço. Os executores só pararam de atirar quando o soldado Cláudio Faustino, do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRE), que estava de serviço nas proximidades, revidou os disparos.
"Escutei os estampidos e fui ver o que acontecia. Quando avistei os homens, tentei parar a ação deles atirando também. Eram duas pessoas armadas; uma delas continuou atirando contra o carro e a outra apontou uma arma para mim. Não sei se feri um deles, mas vi que fugiram no mesmo Voyage que chegaram e deixaram para trás uma pistola, calibre ponto 40", afirmou o PM.
Por volta das 21h30, o Voyage usado pelos atiradores foi encontrado pela Polícia Militar. Estava abandonado, na frente de uma casa, na Rua Salvador Mendonça, no Parque Manibura.
Havia um registro na Ciops de que a placa que estava sendo usada no Voyage, tinha sido roubada em março último.
Gangue rival
Conforme o delegado Fábio Torres, Francileudo tinha uma longa ficha criminal e muitas pessoas podiam ter interesse em sua morte. Ainda segundo ele, os principais suspeitos do crime são moradores da comunidade do Coqueirinho. A briga entre as comunidades da Mangueira e do Coqueirinho, ambas no Conjunto São Miguel, já fez dezenas de mortos nos últimos anos, Francileudo chefiava a gangue do Coqueirinho e sua morte foi comemorada pelos rivais.
Um crime de circunstâncias parecidas ocorreu no último dia 11, quando um adolescente foi morto após sair de uma audiência na 5ª Vara da Infância e da Juventude de Fortaleza. Matheus de Aquino Pacheco, 16, também foi fuzilado num táxi.
*Diário do Nordeste/Nosso Paraná/Márcio Melo
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