As investigações da capitania também identificaram que não houve colisão, alagamento, explosão e nem problemas no motor ou na parte elétrica da embarcação.
“Ela virou por instabilidade em um dos lados. Não chegammos à causa dessa instabilidade porque existem diversos fatores para que ela tenha ocorrido”, disse o comandante da Capitania dos Portos no Amapá, capitão Carlos Neves.
De acordo com o inquérito, a instabilidade fez a embarcação inclinar para o lado esquerdo, provocando o deslocamento dos passageiros para o lado oposto. “Quando todos foram para a direita, o barco voltou à posição normal naturalmente. Mas como os passageiros estavam em apenas um lado, a embarcação virou. Ou seja, houve distribuição irregular do peso a bordo”, explicou o capitão Carlos Neves.
O inquérito da Capitania dos Portos também concluiu que o comandante da embarcação não estava na cabine de comando.
“As pessoas não conseguiram apontar quem estava no comando no momento em que a embarcação virou. O comandante não era, porque ele foi encontrado no parque de máquinas. (...) Uma coisa é fato, o ato do comandante sair da cabine implica em assumir uma responsabilidade porque ele é o responsável pela segurança da embarcação”, afirmou Neves.
Naufrágio
A embarcação Reis I naufragou por volta de 10h30 de 12 de outubro, quando participava do Círio Fluvial, evento que antecede o Círio de Nazaré, em Macapá.
Segundo a Capitania dos Portos, a embarcação estava com a capacidade de passageiros dentro do permitido, com 43 pessoas, divergindo da lista de 63 passageiros divulgada pelo Sindicato dos Servidores Público do Amapá (Sindsep), responsável por alugar o barco.
O Corpo de Bombeiros Militar do Amapá encerrou as buscas às vítimas do naufrágio no dia 15 de outubro, quando os 2 últimos corpos foram encontrados presos dentro da embarcação.
A Comissão Nacional da Igualdade da Confederação Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressou em 25 de outubro com uma representação no Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) contra a Capitania dos Portos, governo do estado e Sindsep. A entidade acredita ter havido prática de homicídio culposo pelos respectivos órgãos.
* Reprodução Márcio Melo via G1
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