* MSN - Torcida e cartolas mais exaltados cobravam uma mudança de postura do São Paulo. Diante do caldeirão do Nuevo Gasómetro, o Tricolor não desapontou e foi aguerrido. Melhor aplicação tática também foi vista diante do sólido San Lorenzo (ARG). O problema é que para os revoltados são-paulinos, ganhar era uma obrigação e, mesmo em seu melhor jogo no ano, o time de Muricy Ramalho foi derrotado por 1 a 0. Agora, tudo volta a ficar empatado no Grupo 2 da Copa Libertadores da América: paulistas e argentinos com seis pontos, com vantagem brasileira no saldo de gols (2 a 0).
Depois da greve que quase impediu a chegada a Buenos Aires na terça, os são-paulinos se arriscaram ao saírem do hotel mais tarde do que o recomendado e atrasaram o confronto em 15 minutos. Já a cinco minutos do início do jogo, o time da casa entrou em campo uniformizado, aquecido, e encontrou o São Paulo calmo, sereno, ainda esquentando os jogadores para a decisão. O Tricolor tomou conta das adversidades, assumiu a alma de "la Copa".
A pressão das arquibancadas caiu no toque sem pressa dos paulistas, que aos poucos controlaram o jogo. Ganso, quem imaginaria, era um dos mais dedicados. Corria e pensava. Souza e Denilson, acompanhados dos esforçados Hudson e Reinaldo, fecharam as portas por todos os lados para os argentinos.
Muricy corrigiu tudo aquilo o que vinha sendo criticado. O São Paulo protegeu as laterais com as mudanças feitas pelo técnico, comandante de um time de tática definida em campo durante todo o tempo. Quando Alan Kardec, um dos pilares da formação, machucou o joelho direito, o treinador leu bem o cenário no Nuevo Gasómetro e lançou Centurión para explorar as laterais desguarnecidas dos rivais.
O problema é que Edgardo Bauza também mostrou suas armas. Saiu Pipi Romagnoli, craque do time, e o grandalhão Cauteruccio entrou para formar dupla de área com Matos. Parecia que o San Lorenzo ficaria acéfalo sem Pipi e Kalinski, lesionado no primeiro tempo, mas foi nessa formação que os atuais campeões da América se encontraram. Da bola esticada, Lucão perdeu sua primeira disputa pelo alto. Rafael Toloi também errou: foi vítima fatal para o chapéu de Cauteruccio e só pôde lamentar o chute certeiro contra Ceni aos 25 minutos da etapa final. Golaço!
Em sua melhor atuação na temporada, em espírito e tática, o São Paulo perdeu mais um teste de fogo. Os protestos da torcida e a crise nos bastidores até poderiam levar em conta o bom desempenho em Buenos Aires, mas o cenário se projeta mais obscuro do que esse, mesmo para quem mostrou ter material e alma para reverter os problemas.
FICHA TÉCNICA:
SAN LORENZO 1 X 0 SÃO PAULO
Local: Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires (ARG)
Data/Hora: 1/4/2015 – 20h
Árbitro: Enrique Osses (CHI)
Auxiliares: Francisco Mondria (CHI) e Carlos Astroza (CHI)
Renda/Público: Não disponíveis
Cartões Amarelos: Hudson, Souza, Michel Bastos e Denílson (SPO)
GOLS: Cauteruccio, 25'/2ºT (1-0)
SAN LORENZO: Torrico; Buffarini, Caruzzo, Yepes e Mas; Mercier, Kalinski (Quignón, 36'/1ºT), Mussis (Villalba, 13'/2ºT), Blanco e Romnagnoli (Cauteruccio, 18'/2ºT); Matos. Técnico: Edgardo Bauza.
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Hudson, Tolói, Lucão e Reinaldo; Denílson, Souza (Ewandro, 36'/2ºT), Michel Bastos e Ganso; Pato e Alan Kardec (Centurión, 47'/1ºT). Técnico: Muricy Ramalho
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