Modelo estatístico desenvolvido pela Folha de S. Paulo coloca Mossoró como uma das cidades onde foram encontradas provas com suspeitas de fraude com base na comparação das respostas em 2016 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
De acordo com o jornal, são oito casos suspeitos na Capital do Oeste. Rio de Janeiro e Montes Claros, com 12 casos, são os municípios com o maior número de casos suspeitos. Picos, com 11, e Teresina, com 9, ambos no Piauí, fecham as cinco primeiras na lista.
Segundo o periódico, “a análise estatística inédita aponta alta probabilidade de ter havido fraude, de diferente formas, em ao menos 1.125 provas do Enem” e diz ainda que “essas provas estão dentro de grupos com padrão de respostas tão semelhantes entre si, que, estatisticamente, é improvável que não tenha havido algum tipo de cola nesses casos”.
O levantamento aponta que no Nordeste há mais casos de grupos de provas semelhantes, o que pode indicar a presença de esquemas. Já a região Sudeste tem vários casos de pares de provas semelhantes.
Ainda de acordo com a Folha, “a pesquisa considera apenas candidatos que ficaram entre as 10% melhores notas, entre as edições de 2011 e 2016, o que representa um montante total de 3 milhões de provas analisadas”.
Órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem, o Inep afirmou que trabalha com a Polícia Federal para coibir fraudes, garantindo a “isonomia entre os participantes”. O instituto disse que também faz análises estatísticas dos resultados, visando combater fraudes. Quando há suspeitas, os casos são encaminhados à PF, para que prossigam as investigações.
A nota oficial não informou quantos casos foram apontados pelo instituto à polícia. O Inep afirmou apenas que os casos de fraudes já confirmados “são pontuais”: 14 no total, sendo um candidato em 2013, em Minas Gerais, e 13 no Maranhão (3 casos em 2015 e 10 em 2016). Segundo o instituto, os casos não comprometem a lisura do exame e a exclusão dos participantes é “providência suficiente”.
O órgão afirma que tem aprimorado os sistemas de segurança, como a adoção em 2016 de detectores de metais nos locais de prova e identificação biométrica. No ano passado, foram adotados detectores de ponto eletrônico. “Há outros inquéritos policiais em curso. Caso haja indicação de fraude devidamente formalizada pela autoridade policial, os participantes envolvidos serão eliminados do Enem, sem prejuízo de outras providências”, completou o órgão.
Fonte: Jornal de Fato
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