domingo, 28 de julho de 2013

Homem rouba R$ 120 milhões em joias no hotel onde Hitchcock fez "Ladrão de Casaca"

O hotel Carlton, em Cannes, onde um ladrão sozinho roubou uma maleta com R$ 120 milhões em joias. Em 1954, o hotel foi um dos cenários do filme "Ladrão de Casaca", de Alfred Hitchcock

Usando luvas e cobrindo o rosto com um cachecol, um homem sozinho roubou uma maleta de joias no valor de 40 milhões de euros (pouco menos de R$ 120 milhões) no hotel Carlton de Cannes, no sudeste da França. O hotel, centenário, foi um dos cenários da gravação do filme "Ladrão de Casaca", de Alfred Hitchcock, em 1954.

Por volta das 11h30 locais (6h30 da manhã no Brasil), o homem entrou armado no hotel e conseguiu passar pela segurança com uma maleta contendo as joias expostas no local - uma coleção da casa de diamantes do bilionário israelense Lev Leviev. Não houve violência. Uma investigação sobre o assunto foi aberta, e a polícia não confirma oficialmente nem que o homem estaria sozinho e nem o valor das joias.
A localização do hotel, na luxuosa Croisette, à beira-mar, oferece aos seus hóspedes uma vista fabulosa - e uma rota fácil de fuga para eventuais ladrões de joias.
"Foi um roubo imenso. Sempre que se fale num crime de muitos milhões de dólares, isso vira a cabeça e alimenta a imaginação", disse Jonathan Sazonoff, editor nos Estados Unidos do website Museum Security Network e uma autoridade em crimes de altos valores. Segundo ele, a possibilidade de recuperar os diamantes roubados é pequena, pois eles podem ser facilmente vendidos. "Eles podem ser partidos para que sejam facilmente contrabandeados", disse Sazonoff.
Salzonoff considera normal que criminosos circulem em um lugar como Cannes, cidade famosa por seus festivais mundiais de cinema e publicidade. "Por que os ladrões visam Cannes?", perguntou. "É simples... fica na Côte d'Azur, onde circula gente endinheirada".
A polícia, segundo o especialista, deve investigar se o crime deste domingo está ligado à gangue de ladrões de joias conhecida como Pantera Cor-de-Rosa. Na quinta-feira, um dos membros do grupo, Milan Poparic, escapou de uma prisão francesa com a ajuda de cúmplices armados de fuzis de assalto AK-47. Segundo a Interpol, desde 1999 o grupo já roubou mais de 330 milhões de euros (pouco menos de R$ 1 bilhão) de joalherias na Europa, no Oriente Médio, na Ásia e nos Estados Unidos.
Durante o festival de cinema deste ano, em maio, houve uma série de roubos de joias em Cannes. No primeiro, no hotel Novotel, foi levado um cofre com joias avaliadas em 1,4 milhões de euros (cerca de R$ 4 milhões), no quarto de um funcionário da relojoaria Chopard, que empresta joias a estrelas e fabrica a Palma de Ouro dada aos vencedores do festival.
Depois, a joalheria suíço De Grisogono denunciou o roubo de um colar de 2 milhões de euros (cerca de R$ 6 milhões) durante uma festa na cidade de Antibes, vizinha de Cannes. A festa era guarnecida por 80 seguranças.
Em fevereiro, um grupo vestido com uniformes policiais escuros e capuzes entrou no aeroporto de Bruxelas, na Bélgica, num carro que imitava uma viatura da polícia, e roubou o equivalente a R$ 100 milhões em diamantes da Antuérpia que embarcariam para Zurique. Parte do butim foi recuperada nos meses seguintes. 

* Márcio Melo via uol

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