O dia era histórico para o técnico Gilson Kleina, mas um visitante indigesto acabou jogando água no chope da festa alviverde. Em pleno Pacaembu, o Palmeiras acabou dando vexame, perdeu para o Ituano por 1 a 0 e está fora da decisão do Campeonato Paulista. E para dar um ar ainda mais ‘dramático' à eliminação, o gol foi marcado por Marcelinho, revelado nas categorias de base do arquirrival Corinthians.
Gazeta Press
Ex-corintiano Marcelinho garantiu Ituano na final
Classificado, o Ituano encara agora o Santos na grande decisão. O primeiro jogo terá mando de campo do time de Itu. A Federação Paulista ainda vai decidir onde serão realizadas as partidas decisivas.
O domingo tinha tudo para ser festivo para o Palmeiras, com um Pacaembu lotado e homenagens ao técnico Gilson Kleina, que completava 46 anos e 100 jogos no comando da equipe. Tudo começou a dar errado, porém, antes mesmo de a bola rolar. Valdivia sentiu dores no tornozelo direito, fez um teste de vestiário e acabou tendo que começar a partida no banco de reservas.
Quando a bola rolou, mais dois desfalques. Alan Kardec sentiu uma lesão ainda no primeiro tempo e teve de ser substituído por Vinícius. No intervalo, o Palmeiras também perdeu o goleiro Fernando Prass, que reclamou de dores no tornozelo e deu lugar para Bruno. Valdivia até entrou na etapa final, mas não conseguiu mudar o rumo da partida. Pelo contrário: viu o Ituano abrir o placar.
O gol saiu já aos 38 minutos do segundo tempo. Em contra-ataque, a defesa palmeirense não conseguiu afastar o perigo, e a bola sobrou para Marcelinho. O atacante, revelado nas categorias de base do Corinthians, arriscou de fora da área e pegou com categoria na bola, sem chance para o goleiro Bruno.
O Palmeiras não perdia dentro do Pacaembu, desde maio do ano passado. Curiosamente, aquela derrota também foi fatídica e causou a eliminação alviverde na Libertadores diante do Tijuana.
O jogo - Como diante do Bragantino, a aposta era em Wesley pelos lados, até liberando mais Juninho pela esquerda. O segredo na saída de bola eram os avanços de Marcelo Oliveira para encontrar Mendieta ou Bruno César. O problema, mais uma vez, era a falta de mobilidade de Leandro na ajuda para Alan Kardec finalizar.
O Ituano, por sua vez, fez o que se esperava. Aproximou suas linhas e, quando as espalhava para preencher os espaços na intermediária, tinha quatro ou cinco jogadores na defesa para bloquear, inclusive, as descidas pelas laterais. Na frente, Wesley era pressionado e foi questão de tempo para Marcelo Oliveira se tornar insuficiente na chegada da bola ao ataque.
O Palmeiras entendeu que seria necessário ter paciência para entrar na melhor defesa do Paulista, como já previa. Foi o que fez. Assustou em bolas paradas e, com ela rolando, a tocava até que alguém ficasse livre. Assim, Wesley parou em Vagner, aos 16 minutos do primeiro tempo, aproveitando jogada de Mendieta.
O paraguaio, substituto de Valdivia, mostrou qualidade para circular nos poucos espaços deixados pelo Ituano. Aos 23 minutos, criou a melhor chance da etapa inicial. Com perfeição, deixou Leandro na cara do goleiro. Em péssima fase, o artilheiro do time no ano passado não soube superar Vagner.
A partir dali, a torcida passou a alternar tensão e irritação, da mesma forma que o time. Para aumentar o sorriso dos jogadores do Ituano, Alan Kardec teve que ser sacado aos 41 minutos do primeiro tempo. Cerca de dez minutos antes, tinha levado uma joelhada na coxa esquerda que não o permitiu continuar em campo nem no sacrifício. Por isso, Vinicius saiu do banco de reservas.
A fé do Ituano em chegar à final já tinha aumentado aos 29 minutos, quando Rafael Silva teve espaço na intermediária para preparar e soltar a bomba. Fernando Prass se esticou para salvar o Palmeiras e, na sequência, ficar mancando. O goleiro reclamava de dores no pé direito desde os últimos treinos e o primeiro tempo aumentou o incômodo.
Na volta do intervalo, o Palmeiras, que já não tinha Valdivia, seu jogador mais caro e talentoso, e Alan Kardec, seu artilheiro, apareceu sem Fernando Prass. O goleiro, um dos principais nomes da campanha do time, foi trocado por Bruno, que, apesar de não contar com a confiança da torcida, ouviu quase o Pacaembu inteiro gritar seu nome.
O Palmeiras mostrou que não estava disposto a lamentar por seus desfalques. Foi à frente com quem estava em campo, com vontade e força para impor seu ritmo. Em menos de cinco minutos, essa condição foi provada em chute de Mendieta rente à trave e cabeçada de Marcelo Oliveira que obrigou o goleiro Vagner a executar boa defesa mais uma vez.
A ânsia de ir para frente deixava espaços que o Ituano aprendeu a usar em contra-ataques. Rafael Silva, mais uma vez, levou perigo. E Bruno, aos nove minutos, mostrou que pode substituir Prass, defendendo com a ponta dos dedos. A partir desse lance, Wellington fixou posição com Lúcio e Marcelo Oliveira não se intimidou a virar terceiro ou quarto zagueiro, já que Tiago Alves pouco subia.
Caberia aos jogadores da frente decidir. Ciente disso, a torcida pediu Valdivia, aos 22 minutos, e, segundos depois, Gilson Kleina o chamou. A entrada do chileno no lugar de Mendieta, na última substituição possível do Palmeiras na partida, foi comemorada como um gol pelos palmeirenses que misturavam ansiedade e esperança nas arquibancadas.
A entrada de Valdivia mostrou que Vinicius continua tomando decisões erradas ao finalizar seus lances. Em cinco minutos em campo, além de verticalizar mais as jogadas do time, o chileno conseguiu levar cartão amarelo por acertar o volante Josa com o braço, recebendo a sua terceira advertência.
Mas, para ter Valdivia como desfalque na final, o time precisaria se classificar. E foi tentando. Wesley, aos 32, foi mais um a parar no goleiro Vagner, que salvou seu time em cruzamento de Tiago Alves em direção a Leandro, pouco depois. Um retrato do esquema 4-0-6, com Tiago Alves, Lúcio, Wellington e Marcelo Oliveira como zagueiros que, ao pegar a bola, logo a chutavam em busca de Valdivia.
A estratégia, por sua vez, poderia dar errado sem marcação na cabeça de área. Foi dali que o Ituano frustrou o maior publico palmeirense no centenário. Aos 38 minutos, Marcelinho aproveitou rebote de Lúcio para bater seco, rasteiro, no canto esquerdo do goleiro Bruno, que nada pôde fazer além de lamentar como os torcedores nas arquibancadas.
Fonte: MSN
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