sábado, 20 de setembro de 2014

Perito do INSS tira soneca no trabalho e causa revolta em segurados

Ex-prefeito de Valinhos (SP), médico João Abujari se disse perseguido e que pensa processar a denunciante. Foto: Divulgação O clima voltou a ficar tenso entre segurados e médicos peritos do INSS. Desta vez, o desentendimento ocorreu entre um médico da Previdência Social, de um posto no município de Valinhos, interior de São Paulo, e uma segurada que denunciou que o servidor dormia em pleno horário de atendimento ao público no local de trabalho. A cena foi gravada pela segurada. O vídeo de 46 segundos mostra o médico cochilando sentado em frente a sua mesa na agência.

O médico flagrado é o ex-prefeito de Valinhos, João Moysés Abujadi, que faz perícias no INSS da cidade. Ele alega que tem problemas de saúde e que a sonolência é provocada pela diabetes.

“Sou diabético e deve ter sido alguma hipoglicemia temporária. De vez em quando tenho isso, doença do sono”, alega o médico, que atualmente é vereador pelo PSD.

O servidor atribui a gravação do vídeo a um possível desentendimento com a segurada. Ele diz estar sendo coagido pela mulher que fez a gravação. Abujadi confirmou saber quem foi a responsável pelo vídeo que foi postado na internet.

O caso teria ocorrido há 20 dias, quando a segurada voltou ao posto do INSS para fazer perícia. O médico reclama que a pessoa que o gravou estaria fazendo chantagens e ameaças.

O médico informou que pensa em entrar com ação contra a segurada. Ele reclama que a gravação foi feita ilicitamente, sem ter sua autorização. De acordo com o iG São Paulo, o INSS não se pronunciou sobre o episódio em Valinhos. A agência já foi alvo de investigação da Polícia Federal por conta de fraudes em 2012, despertando desconfiança dos segurados.

O médico já foi diretor clínico da Santa Casa de Valinhos por três vezes, secretário municipal da Saúde, presidente da Comissão Interinstitucional Municipal de Saúde e presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes (Comen). Presidiu o Conselho Municipal de Saúde de Valinhos e foi prefeito na cidade.

O caso é mais um que ilustra a relação tumultuada entre segurados e médicos peritos do INSS. Em todo o país, há registros de violência contra servidores quando os segurados são comunicados que tiveram pedido de benefício por incapacidade negado. Segundo a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência , um parecer favorável da Justiça à Ação Civil Pública que tramita na 2ª Vara Federal, Seção Judiciária do Rio de Janeiro, deu prazo de 90 dias para que os peritos e o INSS entrem em acordo sobre as medidas para garantir condições mínimas de segurança.

A ação pede a contratação de novos agentes, usando armas de fogo, instalação de portas giratórias com detectores de metais, e colocação de câmeras de segurança, além de instalação de um botão de pânico em cada consultório, embaixo da mesa.

Motorista reclama que foi tratado como ‘lixo’ em agência de Maringá

Segurados reclamam do atendimento dispensado pelos peritos médicos do INSS. No último dia 3, o motorista de ônibus Odair Aparecido Antônio Gomes, 39 anos, relatou que teria sido “tratado como lixo, como um vagabundo” pela médica de uma agência em Maringá (SC) e que chegou a chorar por conta das ofensas.

Há dez anos, ele convive com a síndrome do pânico e há um ano está afastado do trabalho e recebe auxílio-doença do INSS.

Segundo ele, a médica perita informou que apesar da doença, ele teria que fazer um curso técnico para voltar ao trabalho, mesmo doente. Ele diz que, por recomendação médica, não pode dirigir. De acordo com Gomes, o INSS sugeriu que ele faça curso de uma profissão diferente da sua, como padeiro e vendedor.

De acordo com a Superintendência da Regional Sul do INSS, em Florianópolis, em casos como o do motorista, após fazer perícia, o segurado é encaminhado para ser entrevistad
o pela orientadora profissional.

Fonte: Portal JH

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