quinta-feira, 9 de abril de 2015

Carnificina: Uma pessoa foi morta a cada 5 horas no RN durante ano de 2014

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* Portal JH - Com um total de 1774 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) – popularmente chamados apenas de homicídios – 2014 foi um dos mais violentos da história do Rio Grande do Norte. As estatísticas do ano foram detalhadas no livro “Metadados 2014 Anuário Sobre a Violência no Rio Grande do Norte”, lançado este mês pelo atual coordenador de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Ivenio Hermes.

A publicação organizada pelo pesquisador Ivenio Hermes, com a colaboração de outros nove profissionais, sai do lugar-comum ao analisar os aspectos sociais ligados aos homicídios notificados no estado. Dividida em 18 capítulos, a obra também apresenta alternativas diretas ou transversais de combate e/ou diminuição dessa realidade violenta. A obra contempla questões consideradas polêmicas como a maioridade penal, o uso do álcool, as medidas profiláticas de combate à violência e até sobre abuso infantil e o perfil dos criminosos abusadores.
Logo nas primeiras páginas algumas estatísticas chamam atenção. Segundo o levantamento, no ano passado a cada cinco horas uma pessoa foi assassinada no Estado; uma morte resultante de reação contra policial a cada cinco dias; uma morte por execução a cada sete horas; um assassinato por arma de fogo a cada seis horas; um jovem entre 11 e 24 anos foi morto a cada 11 horas; uma pessoa de etnia negra foi morta a cada 13 horas; e uma mulher foi morta a cada quatro dias.
Ivenio explicou que a publicação pode ser utilizada pelo próprio Estado. “O Metadados 2014 procura mostrar que as estatísticas podem ser ferramentas para as boas práticas de gestão em segurança pública, a exemplo de inúmeros países desenvolvidos, apontando rumos para ação e trazendo luz sobre os problemas que somente através da interconectividade com outros setores podem apontar soluções exequíveis e duráveis”.
Ivenio também criticou a forma como a segurança foi tratada nos últimos quatro anos, durante o governo Rosalba Ciarlini. “A Sesed tomou para si a mega responsabilidade de dar conta da proteção de todos, sem se entregar ao diálogo com outras secretarias, inclusive a Sejuc, cuja incapacidade de gerir o sistema penal reflete diretamente na segurança da população. As outras secretarias tiveram um papel inexpressivo e sua omissão se somou à falta de diálogo”.
Em entrevista recente para o JH, Ivenio também destacou a falta de investimentos em equipamentos que pudessem precisar melhor as estatísticas da violência no Estado. Nos governos anteriores não foi investido em equipamentos para estatísticas. Não foi investido em material humano. Apenas quatro pessoas trabalhavam no setor e não era o suficiente. Um Estado com essa situação atual tinha que ter pessoas com capacidade para analisar dados”.

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