A Portuguesa está rebaixada para a Série A2 do Campeonato Paulista. Uma tristeza. Mas, pera lá: eu não deveria iniciar esse texto falando do poderoso São Paulo, o vencedor (3 a 0), jogando no Morumbi, e classificado para as quartas de final do Estadual? Mas o acontecimento mais importante da noite desta quarta-feira foi a queda da grande Lusa. Ou agora pequena? Ah, Lusinha, você me deixa confuso. Como chegou a este ponto?
O São Paulo também confunde. Antes do jogo, o presidente Carlos Miguel Aidar deu uma aula de como desviar-se dizendo tudo, que soou como nada. O assunto era o substituto de Muricy Ramalho. Aidar disse que já conversou com Abel Braga, Luxemburgo, o argentino Alejandro Sabella e cogitou efetivar o coordenador técnico Milton Cruz no comando do time. Mas, duas respostas adiante, deixou aberta a possibilidade de Milton ser demitido com a chegada de uma nova comissão técnica. Oi? Bom, talvez Aidar tenha sido claro até demais, eu que me confundi...
De volta ao jogo, uma espiada nas arquibancadas do Morumbi: estádio novamente vazio, mesmo com promoção leve dois, pague um. A torcida organizada do São Paulo grita "É Muricy!" e exibe faixas de agradecimento. A mesma que ironizou o trabalho do técnico pouco antes da saída. Depois, ainda entoou "É Luxemburgo!", clássico desafeto do antecessor. Vai entender... Do outro lado, a torcida da Lusa é ouvida, cobrando o time "sem vergonha", que em 11 minutos já sofreu dois gols, com Dória e Pato. Olha o São Paulo!
Vê-se muita movimentação, triangulações entre Thiago Mendes, Cafu, Hudson, Pato. Estariam os jogadores correndo mais do que antes, um sinal de que havia insatisfação com Muricy? Mas, pera lá: a fraquíssima Portuguesa não é parâmetro. E me pego novamente confuso, ainda mais quando, na primeira cobrança de falta, a torcida pede o goleiro Renan Ribeiro na bola. Mas ele nunca treinou o fundamento. Força do hábito ou solidariedade, já que pelo menos seria uma oportunidade de o estreante tocar na bola.
O seguro São Paulo, com muitas mudanças em relação ao time que vinha jogando, encerrou o primeiro tempo vencendo por 2 a 0, mas poderia ter feito mais. A Lusa é mesmo muito fraca. Sofreria mais aos 11 minutos. E olha que lance confuso. Cafu cobra mal o pênalti, Rafael Santos defende, mas o volante Hudson fica com o rebote e manda para as redes. Sabe como? Atirando-se ao chão para cabecear para o chão, antes de a bola determinar a goleada.
O resultado escreve mais um capítulo negro da história já manchada da Portuguesa e dá ânimo ao São Paulo do auxiliar Milton Cruz. No próximo fim de semana, mais provavelmente, ele terá um verdadeiro teste, pelas quartas de final do Paulista, contra o Red Bull Brasil. Jogo para dar asas, não? Mas, peraí: essa piada é velha e clichê. Perdoai, caro leitor, há jogos que confundem...
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 3 x 0 PORTUGUESA
Local: estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data/Hora: 8 de abril de 2015, às 22h
Árbitro: Alessandro Darcie
Assistentes: Fausto Augusto Viana Moretti e Fabio Rogério Baesteiro
Público/Renda: 5232 pagantes/ R$ 141.155,00
Cartões amarelos: Bruno (SPO); Alex Lima e Edno (POR)
GOLS: Dória, 9'/1ºT (1-0), Alexandre Pato, 11'/1ºT (2-0), Hudson, 11'/2ºT (3-0)
SÃO PAULO: Renan Ribeiro, Bruno, Paulo Miranda, Dória e Carlinhos; Hudson, Rodrigo Caio e Thiago Mendes; Cafu (Lucão, 30'/2ºT), Pato e Centurión (Auro, 28'/2ºT). Técnico: Milton Cruz
PORTUGUESA: Rafael Santos, Filipi Souza (Cascardo, 16'/2ºT), Guilherme Almeida, Valdomiro e Luan Peres (Alex Lima - Intervalo); Ferdinando, Betinho, Caíque e Léo Costa; Edno e Matheus (Jean Mota - Intervalo). Técnico: Zé Augusto
* MSN
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