* Canindé Silva - Cientistas norte-americanos anunciaram o desenvolvimento de um remédio experimental capaz de encolher tumores de câncer em 50%. O medicamento, testado em modelos animais, poderá ser eficaz no combate ao câncer da mama, dos ovários e do endométrio.
Depois de os ratinhos terem sido tratados com o remédio, chamado BHPI, "os tumores pararam imediatamente de crescer e começaram a encolher rapidamente", revela, em comunicado, David Shapiro, principal autor da pesquisa e professor de bioquímica da Universidade de Illinois, nos EUA.
Graças ao tratamento - publicado recentemente na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences - "em apenas 10 dias, 48 dos 52 tumores pararam de crescer e a maioria encolheu 30% a 50%", conta o cientista.
Como
Ele explica que o potencial da droga reside na sua forma peculiar de ação, diferente das habituais.
"O BHPI funciona através das proteínas receptoras de estrogênio, mas de um modo distinto dos hormônios sexuais".
"O remédio leva à 'hiperatividade' de um mecanismo (o UPR) normalmente utilizado pelo estrogênio para proteger as células do 'stress' e para ajudá-las a crescer" e que é aproveitado pelas células cancerígenas.
O novo medicamento altera este mecanismo de resposta ao 'stress', levando-o ao limite e fazendo com que as células cancerígenas deixem de usá-lo.
"Desta forma, o crescimento dos tumores é interrompido e muitas das células de câncer, em órgãos com relação com o estrogênio - como de mama, ovário e endométrio - são mortas", explica Neal Andruska, coautor do estudo.
Segundo os cientistas, a droga poderá, também, trazer uma nova esperança nos casos em que os tumores são resistentes aos tratamentos convencionais.
Ela não produz efeitos colaterais nefastos nos modelos animais, que o toleraram bem e não sofreram perda de peso.
"Ainda estamos numa fase muito precoce e há muitos obstáculos a ultrapassar até que o medicamento possa ser introduzido na prática clínica mas, até ao momento, ele tem se mostrado largamente eficaz", finaliza Shapiro.
Leia o estudo na íntegra aqui, em inglês.
Com informações do BoasNotícias
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