segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Paraibana, criança de 1 ano e oito meses morre de raiva humana no RN


Raiva humana
ilustrativa
A Secretaria da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) confirmou a morte de uma criança paraibana com diagnóstico de raiva humana. Após nove dias internado na UTI pediátrica do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, o menino de 1 ano e oito meses morreu na tarde deste domingo (30). O garoto teria sido ferido por um gato há cerca de um mês na cidade de Jacaraú, tendo sido trazido por familiares para ser tratado em hospitais potiguares.
De acordo com a Sesap, a doença só foi confirmada por exames na última sexta-feira (28), mas desde que deu entrada na unidade, no dia 21 de agosto, a criança já recebia o tratamento recomendando pelo Ministério da Saúde para a raiva humana. Ainda segundo a Sesap, os médicos seguiram o protocolo que foi utilizado em dois casos de humanos que sobreviveram à raiva, um em Floresta (PE) em 2008, e outro em Milwaukee, no Estados Unidos, em 2004. O diagnóstico foi realizado pelo Instituto Pasteur (SP) através do teste da Imunoflurescência Direta (IFD) em biópsia do folículo piloso.

Após ter apresentado mal estar, o menino chegou ao RN no dia 20 de agosto, quando a família o levou ao Hospital Monsenhor Pedro Moura, em Nova Cruz, na região Agreste potiguar. "Na ocasião, ele apresentava um quadro de desidratação, vômito, febre, dispnéia e hipertensão arterial", afirmou a Sesap.

De Nova Cruz, o paciente foi transferido no mesmo dia para o Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal. "A criança apresentava agressividade, irritabilidade e fotofobia. No dia 21 de agosto, diante da necessidade de realização de uma tomografia computadorizada de crânio, foi transferido para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, na Zona Sul da capital", acrescentou a Secrearia de Saúde.

No HWG, o garoto foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo realizada a tomografia, coleta de líquor cefalorraquidiano e biópsia de folículo piloso. Estas amostras foram encaminhadas para o Instituto Pasteur, em São Paulo, e para outros laboratórios de referência para encefalites. A partir da suspeita de raiva, foi iniciado o Protocolo de Tratamento da Raiva Humana no próprio Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.

Ao mesmo tempo, a Sesap ainda notificou a Secretaria de Saúde da Paraíba, que logo iniciou investigação no local de residência da criança. A Sesap informou também que quatro outras pessoas do município de Jacaraú - ambas feridas pelo mesmo gato - iniciaram a profilaxia antirrábica, com administração de soro e vacinas. Além destas, o pai do menino também iniciou profilaxia antirrábica.

Raiva humana

Em 2015, já foram diagnosticados laboratorialmente 26 casos de raiva animal em 14 municípios do Rio Grande do Norte. Os dados são do Programa Estadual de Controle da Raiva da Sesap. Os municípios são: Acari, Caicó, Ceará-Mirim, Encanto, Monte Alegre, Natal, Pau dos Ferros, Pedro Velho, Riacho de Santana, São Fernando, São Gonçalo do Amarante, Serrinha dos Pintos, Tenente Ananias e Várzea.

Os animais acometidos foram bovinos (12 casos) e morcegos não hematófagos (9 casos). Além desses animais, também chama a atenção o caso de raiva canina ocorrido em Caicó. Os outros animais acometidos foram: suínos, cavalo e raposa.

A raiva é uma zoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente pela mordedura e lambedura. Caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda que apresenta letalidade de aproximadamente 100% dos casos. No Brasil, caninos e felinos constituem as principais fontes de infecção nas áreas urbanas.

A Sesap alerta a população para a importância de buscar atendimento médico para profilaxia da raiva na ocorrência de qualquer agressão por mamíferos (cão, gato, morcego, sagui, raposa, dentre outros). Além disto, reforça a necessidade de vacinar os animais domésticos anualmente contra a raiva, bem como evitar se aproximar de animais desconhecidos.

A partir da suspeita de raiva em um animal, a recomendação é procurar a Secretaria de Saúde do município para encaminhamento da amostra para diagnóstico laboratorial. Diante de um resultado positivo nos animais, medidas de controle devem ser iniciadas na área da ocorrência, como a revacinação em massa dos animais domésticos.

* Nosso Paraná via G1 RN

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