Quando Nadeje dos Santos pediu à filha, Suedna Rodrigues da Silva, de apenas 11 anos, que fosse à feira da comunidade Baixa do Rato, em Ceará-Mirim, em 8 de abril de 2023, ela não imaginava que essa seria última vez que veria a menina. Ao sair de casa e caminhar por alguns metros para fazer compras, Suedna desapareceu. Após dois dias sem nenhuma notícia de “Dinha”, como a filha era chamada, a mãe foi até a 14ª DHPP para comunicar o desaparecimento. Buscas foram realizadas em Ceará-Mirim, Taipu e Rio do Fogo, mas, passados três meses, nenhuma notícia chegou até a polícia ou a família.
“Já se passaram três meses e nada. Eu, como mãe, ainda tenho esperanças de encontrar a minha filha com vida. É bem difícil continuar todos os dias, com as incertezas, sem respostas, porém, é o que me resta. Sempre vou na delegacia para saber se existem novas informações, mas nada mudou. Eles (a equipe de investigação) dizem que quando tiver novidades vão avisar. Até lá, fico sem dormir, esperando minha filha voltar”, disse Nadeje Rodrigues, mãe de Suedna Rodrigues.
Nadeje disse que a menina estava acostumada a sair de casa e nunca tinha demorado para voltar. Ao deixar a residência, a criança usava uma blusa com estampa de oncinha, um short jeans e portava um aparelho celular. As investigações foram iniciadas no mesmo dia através de diligências pelas ruas da cidade e com o depoimento de testemunhas. Populares informaram à Polícia Civil que avistaram a menina no centro da cidade, mas a menina não foi localizada. Ainda em depoimento, a mãe da adolescente disse à polícia que dias antes do desaparecimento, um homem teria sido visto conversando com a criança, perguntando a idade dela e se ela gostaria de trocar de celular com ele.
O suspeito foi identificado e localizado. Durante diligências, com a autorização dele, os policiais realizaram buscas em dois endereços em Ceará-Mirim, porém nada de suspeito foi encontrado. O homem foi ouvido formalmente na delegacia, mas negou ter qualquer envolvimento no desaparecimento de Suedna. Cães farejadores foram utilizados pela equipe de investigação para buscas a partir de um lugar que uma testemunha informou ter visto a garota passar. Segundo a instituição, o desaparecimento segue sendo investigado.
O caso de Suedna Rodrigues da Silva é um dos 303 inquéritos de pessoas desaparecidas abertos até o dia 30 de junho de 2023 pela Polícia Civil — um caso a cada 38 horas. O número é 7,8% maior que o mesmo período do ano passado, quando 281 pessoas desapareceram. Os dados são da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (COINE).
* Jair Sampaio
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