Após sofrer um apagão no primeiro tempo e ver as cubanas abrirem 19 pontos de vantagem (40 a 21), o Brasil reagiu, empatou no fim (68 a 68), mas acabou sendo surpreendido pelas rivais, mais uma vez, num duelo que ganhou contornos dramáticos na Copa América de basquete feminino. Soberana no garrafão e com bom aproveitamento tanto nos arremessos de curta como de longa distância, Cuba venceu por 72 a 68, levantando a torcida no ginásio da Universidad Veracruzana, em Xalapa, no México. Com o resultado, o time comandado pelo técnico Alberto Zabala carimbou o passaporte para o Mundial de 2014, na Turquia, e enfrenta o Canadá na final, neste sábado, às 22h (de Brasília). Se ainda quiser sonhar com a classificação, a seleção brasileira terá de superar Porto Rico, às 19h45m, na disputa pelo terceiro lugar.
- O Brasil foi apático defensiva e ofensivamente no primeiro tempo, e isso pesou no resultado final. Tentamos acalmar os ânimos no intervalo e voltamos melhor. O time mostrou vontade de recuperar, mas a diferença no número de rebotes fez a diferença. Cuba pegou 17 rebotes ofensivos e mereceu a vitória. Agora, temos um jogo de vida ou morte. Vamos lutar pela vaga, que sempre foi o nosso objetivo - analisou o treinador da equipe canarinho, Luis Zanon.
A cubana Noblet foi a cestinha da partida, com 18 pontos e 11 rebotes. A companheira Cepeda Valle também anotou um duplo-duplo: 10 pontos e 15 rebotes. Pelo lado verde-amarelo, a maior pontuadora foi Adrianinha, com 15. As caribenhas pegaram 46 rebotes contra 32 das brasileiras.
Brasil começa dormindo
As cubanas começaram pressionando, com jogadas inteligentes da armadora Oyanaisy Gelis, muito rápida e habilidosa. Após abrir 4 a 0 no placar, Clarissa usou a tabela para diminuir, de bandeja. Agressivas no ataque e fortes fisicamente, as caribenhas eram soberanas no garrafão, e cometiam poucos erros de arremesso, enquanto as brasileiras não estavam com a pontaria calibrada.
Perdendo por 8 a 2, Zanon pediu tempo, reorganizou o time, mas a vantagem das rivais subiu para 10 pontos, com a cesta de Oquendo: 14 a 4. Gelis e Valdes, ambas com seis pontos, eram as mais perigosas. Com boas infiltrações, Patrícia era a melhor do time verde-amarelo em quadra, com seis pontos. A 22 segundos do fim, Cepeda recebeu livre pela esquerda, arremessou e converteu mais dois, fechando o primeiro quarto por 22 a 15.
Empurradas pela torcida local, que gritava “Cuba! Cuba!”, as caribenhas abriram 27 a 15 no segundo quarto. Apático, o Brasil não conseguia se encontrar em quadra. Quando chegava perto da cesta, esbarrava no aro. Cuba, por sua vez, era eficiente no ataque e na defesa, e atuava livremente no garrafão, pegando todos os rebotes. O time verde-amarelo estava irreconhecível e o apagão parecia não ter fim.
Enquanto as brasileiras anotaram apenas seis pontos no segundo quarto, as cubanas acertaram 18. Passeando em quadra, as rivais ampliaram a vantagem para 19 pontos: 40 a 21, sem dificuldades. Oquendo foi a cestinha do primeiro tempo, com 13 pontos. Outro destaque da seleção caribenha foi Noblet, com 10. Cuba pegou impressionantes 26 rebotes (11 ofensivos e 15 defensivos) contra apenas 14 do Brasil.
Seleção acorda na reta final
As brasileiras voltaram com outra postura para a quadra e as cubanas passaram a errar a pontaria. Damiris arrancou com velocidade no contra-ataque e acertou uma cesta de dois, puxando a reação verde-amarela. No lance seguinte, Adrianinha ampliou e sofreu falta, convertendo o lance livre: 42 a 28. O time parecia ter levado um choque de realidade no intervalo. Com bom aproveitamento nos tiros de curta e longa distância, Adrianinha diminuiu: 47 a 35, a cinco minutos do fim do terceiro quarto.
Gelis esfriou os ânimos com uma cesta de três pontos, e Karla respondeu na mesma moeda: 49 a 38. Após sofrer falta, Karla converteu os dois lances livres e a diferença caiu para sete pontos: 52 a 45. A cinco segundos do fim da etapa, a veterana acertou mais dois lances livres e correu para comemorar com o treinador e as companheiras no banco de reservas: 55 a 49.
A torcida, que se manteve calada durante a reação brasileira, voltou a se manifestar, apoiando as caribenhas. Ressurgindo das cinzas, o Brasil diminuiu o prejuízo para apenas três pontos, com um arremesso certeiro de longa distância de Débora: 57 a 54. As cubanas sentiram a pressão, cometeram sucessivos erros de arremesso, mas retomaram o controle da partida e abriram oito pontos de vantagem, com um tiro de Cepeda Valle: 62 a 54.
Cubanas seguram a pressão
No último minuto, Adrianinha empatou por 68 a 68, e o jogo ganhou contornos dramáticos. Cuba assumiu a dianteira, de novo (70 a 68), e Adrianinha quase virou com uma cesta de três - a bola ameaçou entrar, rodou em cima do aro, mas foi para fora. As caribenhas se levantaram no banco de reservas, bateram palmas e a torcida “cubana” incendiou o ginásio. A 15 segundos do fim, a vantagem era de três pontos (71 a 68), e o público ficou de pé.
Apesar do esforço, não deu tempo. Karla ainda arriscou de longe, no último segundo, mas a bola bateu no aro e voltou. Ao zerar o cronômetro, as cubanas invadiram a quadra, fizeram uma rodinha e dançaram salsa com o mascote Jay Jay, comemorando a vitória por 72 a 68.
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