quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Novo inseticida pode inibir picada do mosquito da dengue


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Os meses do verão trazem condições ideais para a proliferação de um inseto que tem sido o principal vilão do país: o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Somente em Minas, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde em 27 de dezembro de 2013, foram registrados 348.013 casos no ano passado. A ação mais simples para preveni-la é impedir o nascimento do pernilongo, evitando o acúmulo de água parada. Há, porém, chances de a larva não ser combatida e o mosquito atingir a idade adulta. Nesse caso, o uso de inseticidas pode ser necessário, principalmente em situações de epidemia. A grande questão que, até o momento, coibia o uso do produto ou questionava sua eficácia, é que as marcas disponíveis no mercado brasileiro, levam, em média, 24 horas para eliminar o inseto. Durante este período, qualquer pessoa fica exposta à picada e corre o risco de desenvolver a doença.
Para mudar esse quadro, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram, recentemente, um novo inseticida que pode inibir a picada do mosquito. A novidade está na pimetrozina, antes utilizada somente no controle de pragas agrícolas. A substância age no aparelho bucal de insetos sugadores como pulgões, cigarrinhas, tripés, e Aedes aegypti, impedindo a sucção de sangue. Testes realizados com fêmeas do pernilongo contaminadas pelo tóxico comprovaram que, por cerca de 50 minutos, elas tentaram introduzir seus estiletes na pele sem obter êxito, morrendo após esse período, seja por exaustão ou pelo efeito do produto. Segundo Octávio Nakano, professor sênior do Departamento de Entomologia e Acarologia (DEA) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq­USP), a grande diferença entre esse e outros inseticidas comuns, está no princípio de combate. “São características diferentes. Quando contaminado com a pimetrozina, o mosquito fica incapaz de picar (a pessoa) e transmitir a doença. O princípio levará no máximo 30 minutos para fazer efeito e, por mais que o mosquito demore a morrer, a picada será inofensiva”, explica.
* Reprodução Márcio Melo via Robson Pires

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