Postagens feitas no Facebook pelo professor da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) Ademir Ferraz, 62, geraram polêmica por seu conteúdo considerado homofóbico. Em uma das mensagens compartilhadas na rede, o docente criticou o que ele chamou de "fresquinhos tipo galinha choca".
Segundo Ferraz, a publicação foi motivada por duas situações que ele presenciou envolvendo homossexuais: "Foram situações que me chocaram muito pelo comportamento deles. A partir disso eu me aborreci e fiz a postagem".
Em um dos casos, o professor conta que viu uma briga de trânsito e um dos envolvidos teria tentando tirar vantagem da situação falando que estava sofrendo discriminação. "Contei a história [da briga de trânsito] e disse que estava cansado desse tipo de homem galinha, no sentido de que ele ficou se debatendo no chão".
Estudantes e universidade se posicionam contra
O DCE (Diretório Central dos Estudantes) da instituição publicou uma nota de repúdio no último domingo (12). Para os alunos, o professor "deveria colocar o conhecimento a serviço de uma educação livre de opressões, de caráter emancipador e não reproduzir discursos de ódio".
Os estudantes pedem uma retratação pública e afirmam que "não é admissível que um professor, formador de opiniões, vá a público discriminar homossexuais e a expressão de sua sexualidade". Os alunos planejam realizar um debate sobre o tema nesta sexta-feira (17) e fazer um ato público pela universidade logo depois.
A universidade também divulgou nota sobre o caso e diz que condena "veementemente quaisquer formas de preconceitos e discriminações, sejam de gênero, raça, classe, orientação sexual, entre outras". De acordo com a UFRPE, os comentários manifestam opinião de ordem pessoal, em espaço pessoal, não institucional, criado de forma privada, que não possui nenhuma ingerência ou responsabilidade direta da instituição.
"A UFRPE, a partir das demandas registradas em suas esferas oficiais de comunicação e participação, irá apurar as ocorrências e tomar as providências cabíveis, garantindo amplo direito de defesa e manifestação a todas as partes", informa a nota da universidade.
Perseguição política
Mesmo com a repercussão do caso, o professor afirma que não é homofóbico: "Eu não tenho ódio de homossexual, não sou homofóbico. O problema é com um grupo que age dessa forma". O professor afirma que se pudesse voltar atrás não teria escrito o texto, mas disse que está tranquilo. "Se eles aceitassem meu perdão eu pediria, me ajoelharia até".
O professor ainda acredita que o assunto só teve tanto destaque por questões políticas, pois ele está na frente da criação de um grupo para fazer oposição ao DCE (Diretório Central dos Estudantes) e a Aduferpe (Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco). Ferraz dá aulas de matemática e metodologia da pesquisa científica na instituição há 33 anos. Atualmente, ele trabalha com as turmas de pesca.
* Reprodução Márcio Melo via Bol
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