A crise do petróleo do Rio Grande do Norte chega a números que assustam a categoria e toda a economia mossoroense. Se não bastassem os mais de 2 mil desempregos gerados com as demissões de terceirizados em Mossoró e região em 2013, o volume de petróleo extraído no Estado iniciou com números ainda menores em relação ao ano passado.
Em Janeiro de 2014, foram extraídos 57.188 barris de petróleo por dia, que é o pior índice desde dezembro de 2010. O mês de fevereiro ainda apresentou uma melhoria, sendo extraído uma média de 58.707 por dias, no entanto, o número é 3,82% pior em relação ao mesmo período no ano passado, quando a extração de petróleo já estava em crise. Em fevereiro do ano passado, a produção diária chegou a 61.045 barris.
A redução dos investimentos interfere nas demissões de funcionários em diversas empresas terceirizadas da Petrobras, bem como crises financeiras em outras, como a Empercom, em que os trabalhadores realizaram greve recentemente.
O problema também reflete em outras atividades econômicas: retração nas vendas do comércio, na construção civil (mais de 1.500 demissões), na ocupação dos hotéis (55% a menos) e nas vendas dos restaurantes, no setor de transporte (quase 300 demissões), nas receitas do Estado e dos Municípios da região Oeste.
Essa queda é resultante em primeiro lugar porque a Petrobras tem direcionado o foco dos seus investimentos para o pré-sal (rochas existentes no fundo dos oceanos sob uma camada de sal petrificado, abaixo da qual há ocorrência de hidrocarboneto; petróleo, gás natural, carvão etc.).
Para o Estado, o plano da Petrobras seria realizar a recuperação secundária de poços antigos e com histórico de produção satisfatória, mas que atualmente apresentam baixa produtividade ou mesmo que estejam desativados. Eles estão sendo trazidos de volta ao sistema produtivo via injeção de água, vapor ou gás, objetivando forçar a surgência do óleo.
Trezentos poços localizados em Alto do Rodrigues, Ubarana, Fazenda Belém e Campo do Amaro já teriam recebido esse tratamento. O projeto de injeção contínua de vapor (vaporduto), na região do Vale do Açu (RN), é o primeiro a operar com vapor superaquecido. Ele é considerado o maior do mundo, com uma extensão aproximada de 30 km.
Todavia, essa recuperação de poços via injeção de água, vapor ou gás (embora indispensável) não tem o alcance necessário para promover a recuperação da Bacia Potiguar como grande produtora de petróleo. Somente a ampliação e a intensificação de novos projetos de pesquisas e prospecção em busca de novos sítios produtores é que teria condições de realizar essa tarefa. E isso a Petrobras não está fazendo.
A verdade é que não há novos grandes projetos de exploração no Estado. Enquanto esse é o cenário, engenheiros e outros técnicos da estatal estão sendo transferidos para outras regiões do país, notadamente para a Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, e áreas de pesquisas do Pré-Sal.
Fonte: Cidade News Itaú via Tribuna do Norte
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