Até agora, já foi passado o pente fino em 67% dos 24 milhões de eleitores que fizeram o cadastramento biométrico. O corregedor-geral do TSE, ministro João Otávio Noronha, afirmou que até o próximo domingo o tribunal deverá checar 68% dos dados, mas sustentou que o percentual de problemas é mínimo e não influenciará o resultado das eleições. No caso dos eleitores com dois títulos, o último registrado foi cancelado e eles poderão votar.
“No total de 16.300 milhões de eleitores ( já checados) é ínfimo, 0,011% não é um número significativo. E está distribuído por todo o país. Não tem o condão de influenciar nas eleições nem de deputado estadual, nem federal, muito menos no quadro majoritário de senador e presidente”, afirmou Noronha.
O ministro admitiu que não há o que fazer se entre os cadastros ainda não checados houver duplicidade de títulos ou mesmo multiplicidade de títulos. Segundo ele, o voto será computado no primeiro turno, mas por ser apenas o restante dos cadastrados, também não terá poder de influenciar na eleição. O ministro alertou, no entanto, que se a pessoa votar mais de uma vez será já enquadrada em crime eleitoral.
“O fato de ter votado não vai livrar ninguém de investigação e aí o crime estará cometido”, disse Noronha.
O estado de Goiás tem mais casos de multiplicidade de registros de títulos eleitorais por meio biométrico, mas foram detectados casos também em São Paulo, no Distrito Federal, entre outros. A pessoa se registrou em mais de um cartório eleitoral. Não foi detectado pelo TSE nenhum caso, até agora, de multiplicidade de títulos no Rio de Janeiro. Segundo Noronha, o tribunal faz uma primeira identificação e constatada a multiplicidade, e se há indícios de fraude, o caso é enviado à Polícia Federal.
Nos casos de duplicidade, segundo o ministro, há situações de falha humana, em que o operador do sistema clicou uma mesma tecla duas vezes por engano, gerando a duplicidade do título. Nesses casos, o mais recente foi cancelado. Nas situações de má-fé, todos os registros foram anulados e a pessoa ficará impedida de votar no dia 5. A corregedoria do TSE investigará as fraudes cometidas pelos eleitores, com a ajuda da Polícia Federal.
A verificação está sendo feita desde setembro, por um sistema comprado pelo TSE recentemente, depois que o Ministério da Justiça avisou o TSE que não teria como fazer a verificação. Ele cruza as digitais e detecta as duplicidades. Na época em que a Justiça Eleitoral estava fazendo o cadastramento biométrico, o sistema ainda não tinha sido comprado. Por isso, era possível registrar mais de um título em cartórios diferentes. Nas próximas fases do cadastramento biométrico, isso não será mais possível, porque o sistema vai detectar a fraude no momento da solicitação do título.
Para o vice-presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, as duplicidades encontradas não comprometem a credibilidade das eleições.
“Muito pelo contrário, mostra que a Justiça Eleitoral está atenta e vai investigar os casos irregulares”, afirmou.
As duplicidades de registro foram mais frequentes em Goiás, seguido por Amazonas e Alagoas. Segundo o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, os problemas foram registrados em menos 1% do eleitorado, de forma pulverizada por todo o país. Portanto, não teria o potencial de alterar o resultado das eleições. O total de eleitores brasileiros é 142 milhões.
O recadastramento biométrico dos eleitores começou em 2008. Naquela época, o TSE fez o convênio com a Polícia Federal, que realizava a verificação das digitais com o aparelho deles. No entanto, o órgão se recusou a continuar realizando o serviço, por falta de disponibilidade.
Desde então, o TSE vem adiando a compra do sistema próprio, devido ao custo elevado, e acumulando as digitais para serem verificadas. Foi na gestão passada, do ministro Marco Aurélio Mello, que a compra começou a ser planejada. O sistema foi adquirido finalmente na gestão do ministro Dias Toffoli. O tribunal R$ 82 milhões com a contratação de uma empresa especializada e a compra do software e equipamentos.
Fonte: Jornal de Hoje via O Globo
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