Até o final deste ano, o Brasil ultrapassará uma importante fronteira comercial, e passará a exportar melão para a China.
A abertura do novo mercado terá impacto direto na produção do Rio Grande do Norte, que já é a maior do país. A fruta ocupa o primeiro lugar na pauta de exportações do estado, com 117,6 mil toneladas exportadas nos dez primeiros meses do ano, o equivalente a uma negociação de US$ 77,5 milhões. A expectativa é que o volume exportado dobre a partir da inserção no comércio chinês.
A informação é do gerente de projetos da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge Luís de Souza, que proferiu a palestra “O agronegócio da fruticultura”, na abertura oficial do I Simpósio Potiguar de Fruticultura, na noite desta quarta-feira, 22, em Mossoró. O evento é promovido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, em parceria com Ufersa e Prefeitura de Mossoró.
“Estamos na fase final de negociação, e aguardamos que, até o final de dezembro, tenhamos a assinatura dos processos que tornam possíveis a exportação para a China. Com isso, o total de fruta exportada deverá dobrar. O céu será o limite, especialmente para produtores desta região”, pontua.
Souza tem motivos para apresentar expectativas tão positivas. A amplitude do mercado consumidor chinês e o fato do melão ser uma das frutas mais consumidas no país asiático são, de fato, animadores. O incremento na exportação da fruticultura nacional, que atualmente não ultrapassa 2,5% do total produzido também empolga. A União Europeia é o principal destino das exportações, com 67,2% do total exportado.
“Temos pela frente um mercado com 1,4 bilhão de pessoas, com elevado potencial consumidor do melão, e isso é excelente. Com isso, nossas expectativas são as melhores possíveis, principalmente porque poderemos melhorar as exportações da fruticultura no país”, destaca.
O diretor técnico do Sebrae no Rio Grande do Norte, João Hélio Cavalcanti Júnior participou da abertura do simpósio, e lembrou o papel importante do evento para a fruticultura, uma vez que aproxima duas peças chaves da cadeia produtiva: as pesquisas desenvolvidas no setor e os produtores. “É com muito orgulho que realizamos esse evento e conseguimos, através da aproximação entre pesquisadores e produtores, apontar alternativas viáveis em cultivos e tecnologia para tornar o segmento mais sustentável”, destacou.
Esta fórmula, segundo João Hélio Cavalcanti Júnior, tornará a fruticultura potiguar cada vez mais plural e competitiva. Evitará, por exemplo, que o setor dependa apenas de culturas tradicionais, e, ao mesmo tempo, ocupe mais espaço nos mercados nacional e internacional. “Além dessa aproximação, o simpósio está apresentando alternativas viáveis de outras culturas adaptáveis à região e que, se cultivadas, representará mais variedade e competitividade à produção do estado”, destaca.
O I Simpósio Potiguar de Fruticultura teve início na quarta-feira, 22 e segue até esta sexta-feira, 24, na Ufersa. A vasta programação do evento, composta por oficinas, seminários, palestras e mesas redondas aponta diversas alternativas em produção, manejo e diversificação de culturas no setor da fruticultura.
* JP
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