A Polícia Civil prendeu, na quarta-feira (20), uma família suspeita de matar uma criança de 5 anos em um ritual de evocação de espíritos, na cidade de Frutal, a 628 km de Belo Horizonte.
Foram detidos preventivamente os avós, a tia, a mãe
da criança e um ‘líder religioso’. De acordo com a investigação, o homem teria
jogado álcool com ervas no corpo de Maria Fernanda e, em seguida, ateado fogo
com uma vela. “A vítima morreu em decorrência de queimaduras que atingiram
quase 100% de seu corpo”, informou a corporação em nota.
Inicialmente, o caso chegou à Polícia Civil como um
acidente. Os envolvidos relataram que a menina teria se queimado em um
incidente com álcool doméstico e uma churrasqueira. Contudo, “as investigações
apontaram para a participação da criança em um ritual espiritual”, informou a
corporação.
Também foram cumpridos 2 mandados de busca e
apreensão. Celulares e documentos foram apreendidos.
Investigação
De acordo com o delegado Murilo Antonini, a
participação dos familiares da vítima é investigada como um possível caso de
homicídio com dolo eventual, que ocorre quando os agentes do crime assumem os
riscos de cometê-lo através de suas ações.
— O dolo eventual deles é no sentido de que tinham
o dever de agir. Eles ficaram passivos vendo aquele espetáculo de horror — diz
o delegado.
Já a participação do líder espiritual está sendo
entendida pela Polícia Civil como um caso de homícidio doloso. No depoimento
prestado nesta quarta-feira, o homem disse não se recordar dos momentos que
antecederam a morte da menina.
— É impossível um homem médio achar que o
álcool em contato com uma vela acesa não vai sofrer combustão. A motivação dele
não sabemos — afirmou ainda Antonini, antes de apontar que novos fatos podem
alterar a linha de investigação da polícia.
O ritual teria sido feito pela família como uma
tentativa de curar a menina, que teria constantes episódios de febre e dor de
garganta.
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