segunda-feira, 16 de julho de 2012

DEU NO FANTÁSTICO: BRASILEIRO QUER PERCORRER 16 MIL KM A CAVALO


Ele chegou tentando realizar um sonho. Até aí, nada demais, caubóis do mundo inteiro vão ao rodeio de Calgary, no Canadá, para domar cavalos e ganhar dinheiro. Só que ele não entrou na arena, nem foi se divertir no meio da multidão. Ficou em um estábulo, se preparando. O desafio do caubói é o mais longo de todos: uma prova de resistência que vai durar dois anos. Aos 25 anos, o brasileiro Filipe Leite está começando a percorrer a cavalo os 16 mil quilômetros que separam duas cidades com rodeios famosos: Calgary, no Canadá e Barretos, no Brasil. 
Filipe nasceu no interior de São Paulo e se criou no Canadá. O amor pelos cavalos ele herdou do pai. A vontade de viajar veio de histórias que ele ouviu. Mas o resto, ele acumulou sozinho. É sonhador, idealista, um pouco teimoso e totalmente convencido de que tudo vai dar certo. Ou seja, é exatamente a definição de um caubói. E isso não tem nada de errado. Filipe começou a planejar a viagem sem ter o dinheiro, os animais ou mesmo a rota definida. Mas contou com dois trunfos: a generosidade dos que gostam de cavalos e o apoio da namorada. Quando souberam da aventura de FiIipe, dois donos de ranchos nos Estados Unidos deram a ele de presente um palomino e um alazão. 
E a canadense Amy, de 21 anos, é o pé no chão fundamental numa aventura como essa. Enquanto Filipe sorri e gosta de conversar, ela se ocupa com a logística da viagem, sempre muito confiante. "O que o Filipe quer fazer, ele consegue. É muito determinado", conta Amy. Filipe vai documentar toda a viagem, filmando os lugares por onde passar e entrevistando as pessoas que for conhecendo ao longo do caminho. “A gente vai começar lá pelas 6, 7 da manha. Eu ando uma hora. A cada uma hora eu paro por dez minutos, deixo os cavalos comerem um pouquinho de grama, dou água. Daí a gente continua na hora do almoço”, conta ele.

Fantástico: Mas andando por onde? 

Filipe: Do lado da estrada. 

Fantástico: Sempre do lado da estrada? 

Filipe: Sempre do lado da estrada. Aqui tem muita grama. Nos Estados Unidos, na parte oeste do Canadá e dos Estados Unidos. Daí na hora do almoço a gente para uma, duas horas, tira a sela dos cavalos, deixa eles quietos, toma água, um pouco de comida e daí continua lá pelas 4, 5 horas da tarde a gente começa a procurar uma fazenda, para na fazenda, explica o que eu estou fazendo. "Olá, meu nome é Filipe, eu estou indo a cavalo de Calgary até o Brasil, posso passar a noite aqui?” 


Fantástico: Passar a noite aqui significa dormir na casa da fazenda ou armar uma tenda?

Filipe: Eu tenho a minha tenda para armar, mas conversando com essa galera que faz esse tipo de viagem, geralmente a pessoa fala, não, pelo amor de Deus, vem dormir na minha casa. A gente tem uma cama. Porque eles querem que você fique, eles querem saber da sua história. 

Talvez Filipe não encontre a mesma hospitalidade no México, um país marcado pela violência e o tráfico de drogas. E ele sabe dos riscos


Fantástico: Você vai armado? 

Filipe: Não, armado é minha câmera. Eu acho que arma só atrapalha. Eu já viajei a América Central da Guatemala até o Panamá. Já fui roubado na África. Se alguém quiser pegar suas coisas, eles pegam, eles vão levar. Arma não vai fazer nada. Você tem que tentar se proteger e os cavalos. É claro, que o maior medo da minha viagem é algo acontecer com meus cavalos, que já estão virando meus melhores amigos, claro. 

Fonte: Fantástico via Márcio Melo


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