Fuligem é um dos grandes causadores do aquecimento global

A contribuição da fuligem para o aquecimento global é muito maior do que se imaginava, de acordo com uma avaliação abrangente que coloca o "carbono negro" em segundo lugar na lista dos maiores causadores do atual aquecimento global, atrás apenas do dióxido de carbono.

Publicado no site da revista Journal of Geophysical Research, o estudo de quatro anos praticamente dobrou a maioria das estimativas anteriores a respeito do aquecimento que ocorre quando as partículas de carbono absorvem a radiação solar, que aquece a atmosfera e resulta no derretimento da neve e do gelo. O impacto do carbono negro no clima é maior do que o do metano e é equivalente a quase dois terços do impacto do dióxido de carbono, de acordo com o estudo.

Embora muitos cientistas suspeitassem de que os modelos climáticos globais subestimassem o papel do carbono negro, a magnitude do impacto surpreendeu muitos dos autores do relatório, afirmou David Fahey, cientista atmosférico da Secretaria Nacional Oceânica e Atmosférica em Boulder, no Colorado, e um dos autores do estudo.

Emissões de carbono negro causadas pela queima de diesel e de compostos orgânicos são a maior fonte de carbono negro em países industrializados, ao passo que nos países em desenvolvimento a fuligem é resultado da queima de biomassa para aquecimento e para a preparação de alimentos.

"Esse estudo sugere que deveríamos nos esforçar ainda mais para reduzir a poluição causada pelo carbono negro", afirmou Durwood Zaelke, chefe do Instituto de Governança e Desenvolvimento Sustentável em Washington. Embora o CO2 seja o maior causador de efeitos de longo prazo, compreender a escala de tempo é fundamental, afirmou Zaelke. "Reduzir o carbono negro gera resfriamento imediato."