quarta-feira, 16 de abril de 2014

Caso Bernardo: sem saber como filho saiu de casa, pai ligou para rádio uma semana após desaparecimento

Com a voz calma e sem saber ao certo com que roupa e a que horas o filho saiu de casa, o médico Leandro Boldrini ligou para uma rádio uma semana após o desaparecimento de Bernardo Uglioni Boldrini, de 11 anos. No dia seguinte, segunda-feira (14), o corpo do menino foi achado em outra cidade. O pai, a madrasta e uma amiga do casal foram presos naquela noite, suspeitos do crime.

No contato que fez com a rádio Farroupilha, no domingo (13). Leandro trata o filho como “o menino”. Ele pede que se alguém tiver alguma informação que entre em contato com a Polícia Militar.
Inicialmente, o pai diz que Bernardo está desaparecido há uma semana, desde domingo (6). Questionado sobre a hora em que foi visto pela última vez, ele afirma que não via o filho desde sexta-feira (4) e que o menino teria saído para ir a casa de um amigo em Três Passos, mesma cidade em que morava.
Perguntado sobre quais roupas a criança usava ao sair de casa, o médico não é claro.
— A roupa era praticamente a do colégio, mas não tenho como precisar especificamente.
O caso
Bernardo foi encontrado morto em um matagal no interior de Frederico Westphalen (RS), na última segunda-feira (14). De acordo o depoimento de uma amiga do casal, suspeita de participação no crime, o garoto teria morrido com uma injeção letal aplicada pela madrasta, Graciele Boldrini.
O advogado da avó materna do garoto, Marlon Adriano Taborda afirmou que o relacionamento de Bernardo com o pai e a madrasta era frio.
— O pai trabalhava muito e não dava atenção e a madrasta não gostava dele, em momento algum foi descoberto de que ele foi agredido ou ameaçado.
Em um trabalho na escola, a professora teria pedido para as crianças desenharem qual o sonho delas e Bernardo desenhou uma chave e uma criança.
— [A professora perguntou:] "Por que a chave, Bernardo?" [O menino respondeu:] A chave é para eu entrar em casa, porque meu sonho é entrar em casa, porque eu tenho que pular o muro para entrar em casa. E essa criança, meu sonho é pegar minha irmã no colo, porque meu pai e minha madrasta não deixam. 
Ainda segundo o advogado, Leandro impedia, desde 2010, a visitação e a participação da avó na vida do neto. Ela teria dito que estava disposta a ficar com o menino, mas nunca tentou judicialmente a guarda.
— Não, porque nunca tivemos informação oficial sobre uma situação de risco.
Fonte: R7

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