sexta-feira, 7 de outubro de 2011

ÓTIMA NOTÍCIA PARA O RIO GRANDE DO NORTE!

Rede Interestadual de Bancos de Leite Humano é criada


Leite materno representa sobrevivência; Banco de Leite de Mossoró funcionará no Hospital Materno-Infantil
Mais do que um alimento, em muitos casos a única chance de sobrevivência. Para discutir a importância do aleitamento materno, Mossoró sediou um importante evento que marcou o lançamento da Rede Interestadual de Bancos de Leite Humano. O projeto piloto coloca o Rio Grande do Norte entre os protagonistas na política de expansão dos Bancos de Leite, papel que o Estado ocupou nos anos 2000, mas que ao longo dos anos foi sendo deixado em segundo plano.

Em parceria com a Fiocruz, a Secretaria Estadual de Saúde realizou ontem o I Seminário Norte-rio-grandense de Bancos de Leite Humano e I Simpósio Mossoroense de Aleitamento Materno. Uma das maiores autoridades na área de pesquisa e políticas públicas voltadas à importância do Aleitamento Materno, João Aprígio Guerra de Almeida, que atua na Fundação Oswaldo Cruz e é coordenador Iberoamericano de Bancos de Leite Humano, veio compartilhar sua experiência e falar sobre as ações que vem executando ao longo de três décadas em 23 países.

Pediatras, nutricionistas, obstetras, enfermeiros e outros profissionais da área da Saúde, ao todo 200 pessoas, participaram das discussões realizadas no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

“O leite humano é muito mais do que um alimento, é realmente um fator de sobrevivência”, afirma Aprígio Guerra, se referindo às crianças que nascem com baixo peso e extremo baixo peso. É considerado baixo peso crianças que nascem com 2,5 Kg, abaixo desse índice já é considerado extremo baixo peso. Os cuidados são redobrados, além do leite materno que garante a sobrevivência dos bebês, principalmente as prematuras, é necessário que os hospitais contem com leitos de UTI Neonatal.

“Há um dado nacional que aponta que em 7 a 18% dos partos, as crianças nascem com baixo peso. Há ainda uma projeção de que até 2015 haverá 3 milhões de nascimento, se 11% forem de baixo peso isso é muito preocupante. Essas crianças não estão prontas para viver fora do útero”, explica Aprígio.


 Fazendo um retrospecto do seu trabalho, João Aprígio comenta que os primeiros passos para a implantação dos Bancos de Leite no Brasil foram: busca de alternativas para conservar o leite, investimento em laboratório, pesquisas e treinamento de profissionais. Em 1985 foram implantados seis Bancos de Leite e atualmente são 203 Bancos de Leite Humano.

Reconhecendo a importância desse trabalho, em 2001 a Organização Municipal de Saúde (OMS) concedeu o prêmio Sazakawa de Saúde, pela contribuição que os Bancos de Leite Humano deram na redução da mortalidade infantil na década de 90.

Analisando a situação do Rio Grande do Norte e de Mossoró, Aprígio Guerra comenta que o Estado foi sede, no ano de 2000, do I Congresso Internacional de Banco de Leite Humano.

“Esse protagonismo se perdeu ao longo do tempo, havia um elevado grau de dificuldade. Para nossa alegria, a Secretaria Estadual de Saúde e a Rede Cegonha reafirmaram o compromisso de resgatar essa trajetória. Nunca deixou de existir a vontade dos profissionais. A gente espera que o RN volte a ser um ponto de apoio. Não tenho dúvidas que estamos iniciando uma nova fase”, destaca. Aprígio informa ainda que estão sendo implantados mais 16 Bancos de Leite Humano, um deles em Pau dos Ferros.

 

BANCO DE LEITE HUMANO SERÁ TRANSFERIDO PARA O HOSPITAL MATERNO-INFANTIL

Atualmente funcionando na Maternidade Almeida Castro, o Banco de Leite Humano de Mossoró será transferido para o Hospital Materno-Infantil que está sendo montado na antiga sede do Hospital da Unimed. “No dia 30 de setembro foi assinado o convênio”, afirma Benize Fernandes Lira, nutricionista e representante da Subcoodenadoria de Vigilância Sanitária (SUVISA).


 A nutricionista Jarda Jacinta, responsável técnica pelo Banco de Leite de Mossoró, informa que os engenheiros da Cruz Vermelha estão no local fazendo as alterações necessárias na estrutura do hospital. “Acreditamos que até dezembro o Hospital Materno-Infantil esteja funcionando.


 NÚMEROS
Em 2010, as estatísticas apontam 47.689 crianças nascidas no Rio Grande do Norte. Dessas, 1,2% foram a óbito antes de completar os 6 meses de idade. Na região de Mossoró, área coberta pela II Ursap, o número de mortalidade infantil foi de 120. Em todo o Rio Grande do Norte esse número foi de 587. O aleitamento materno representa uma importante arma para reduzir esses dados.

Fonte: gazeta do Oeste

Por Márcio Melo

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