Mais um manifestante deixa prédio da Assembleia durante greve da PM
Ele saiu na madrugada desta quarta-feira (8) e não falou com a imprensa.
Movimentação durante a noite foi considerada tranquila.
Mais um homem deixou o acampamento na Assembleia Legislativa da Bahia na madrugada desta quarta-feira (8) após revista e checagem da identidade por parte do Exército. No órgão público, estão reunidos policiais militares grevistas, que reivindicam questões salariais ao governo do estado. Na terça-feira (7), outros dois homens saíram do prédio da Assembleia de forma espontânea. Todos foram liberados porque não há mandados de prisão contra eles. Doze mandados foram expedidos pela Justiça da Bahia contra policiais militares considerados líderes do movimento. Dois foram presos.
A madrugada desta quarta-feira foi considerada tranquila na Assembleia Legislativa. A energia foi cortada em alguns momentos, mas chegou a ser restabelecida. Não houve confrontos. As vias de acesso ao Centro Administrativo da Bahia, onde funciona a Assembleia, foram liberadas na terça-feira para funcionários dos órgãos públicos que têm sede no local. A entrada deles havia sido bloqueada por conta do risco à segurança em decorrência de confrontos armados entre manifestantes e tropas especiais que patrulham a área.
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Convocação
O governador da Bahia Jaques Wagner pediu que os policiais militares grevistas retornem ao trabalho imediatamente. A declaração foi feita na tarde de terça-feira em entrevista concedida à Globo News. Ele também falou sobre a impossibilidade de negociar anistia aos policiais que cometeram crimes desde o início da greve, em 31 de janeiro. Wagner tranquilizou os turistas e baianos que pretendem curtir o carnaval na capital baiana a partir da próxima semana, informando que o esquema de reforço policial na cidade começa na terça-feira (14).
Após cerca de sete horas de negociação sem acordo na tarde desta terça-feira, o governador informou que a proposta oferecida pelo estado deve ser aceita pelos policiais. "O próximo passo é o que designei ao comando da Polícia Militar. Os coronéis devem reunir a tropa para que volte ao trabalho imediato e também possa saber o que está sendo proposto pelo governo", disse Jaques Wagner.
"Há dois movimentos. Para um deles, que é legítimo e reivindicatório, colocamos uma proposta que é o sonho dos soldados e oficiais da Polícia Militar da Bahia, que são as chamadas da GAP IV e GAP V. Com muito esforço orçamentário, ofereci entre 2012 e 2015 o atingimento no contra-cheque dessas duas gratificações. Essa é uma lei de 1997 e é uma expectativa acalentada por todos eles a atingir isso. Estou garantindo o começo deste apagamento agora em 2012, outra parte em 2013, 2014 e 2015. Portanto, a GAP IV e GAP V farão parte de todos os contra-cheques dos policiais da Bahia. Isso siginifca um aumento de 35% de reajuste para os profissionais da Polícia Militar", disse Jaques Wagner.
Greve PM-BA (Foto: Editoria de Arte/G1)
AnistiasEle disse ainda que a população já está julgando a ação grevista dos policiais. "Aqueles que querem prestar o serviço à população sabem que a oferta é significativa e acredito que isso possa acontecer nas próximas horas. Existe um processo de intimidação de alguns e por isso, nem todos quiseram assumir a proposta feita pelo governo. Dizer que conquistamos a GAP IV e V é algo muito importante para a Polícia Militar da Bahia", afirmou o governador.
"Os policiais que participaram legalmente, dentro das regras, pacificamente do processo reivindicatório, não têm com o que se preocupar. Já dei meu testemunho de que não vou ficar querendo punir quem trabalhou pela melhoria salarial. Porém, todos aqueles que quebraram e intimidaram a população já foram condenados pela própria Polícia Militar e pela sociedade baiana. É óbvio que isso será apurado. Não há como falar em perdão sem apurar atos de vandalismo, se não seria um salvo conduto para aqueles que estão confundindo o direito de reivindicar com o direito de aprontar no estado de direito", disse Jaques Wagner.
Ele afirmou ainda que a manifestação grevista faz parte da democracia, mas questiona a forma como alguns policiais estão se manifestando no estado. "Alguns abraçaram um formato de reivindicar que não combina com a democracia. Por isso não falo em anistia, que só cabe quando se você sai de um regime de exceção. As prisões, eu repito, são determinações judiciais. Ordem judicial é para ser cumprida. Há uma ordem de prisão por conta do vandalismo e por ameaças à população. Claro que cada um terá o direito de defesa e seus advogados para isso."
Carnaval garantido
"O planejamento está todo feito para o carnaval. O investimento de R$ 30 milhões na segurança será mantido. Faço um convite para que os policiais abracem a proposta feita pelo governo. A Operação Carnaval começa na terça-feira com a vinda de policiais do interior para a capital. Assim poderemos dar ao povo a maior festa popular do mundo e ter a eficácia da Polícia Militar da Bahia na resolução de conflitos", disse o governador da Bahia.
Fonte: G1
Por Márcio Melo
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