“Os indícios são bem fortes de que houve agressão, sim. Posso dizer isso diante de todas as provas colhidas nos autos. Já estou próximo de concluir o inquérito e até o final de semana poderei assegurar o que aconteceu”, afirma o delegado Marcelo Miranda Muniz, titular da Delegacia de Polícia de Jaciara, cidade que fica a cerca de 150 quilômetros de Rondonópolis, onde vive o casal.
Emergencialmente, o bebê foi levado a um hospital em Jaciara, mas como corria risco de morte e a cidade tem frágil estrutura na saúde pública, teve que ser transferido para Rondonópolis. Segundo o delegado, a gravidade do quadro da criança não confere com a queda de uma cama que não tem mais que 40 centímetros, como identificou a equipe de investigadores que fez diligência na residência do casal.
Constatações preliminares feitas pelos médicos que atenderam à vítima não relacionam as graves e múltiplas lesões a um acidente doméstico.
No prontuário, ficou registrado que havia lesões graves nas costas, no rosto e no abdômen do bebê, que sofreu hemorragia interna. O fígado também foi atingido. O bebê passou os seis dias que resistiu aos ferimentos na UTI. O óbito foi registrado na madrugada de quarta-feira. O corpo da criança foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização da necropsia, que é o exame necessário para verificar a real causa da morte. O corpo já foi liberado e sepultado. O laudo da necropsia ficará pronto em questão de dias.
Os pais da criança, que foram autuados e presos em flagrante por tentativa de homicídio doloso, agora, devido ao óbito, vão responder por homicídio doloso qualificado, com aumento de pena, porque a vítima era menor de 14 anos.
A mãe e o pai da menina têm 21 e 22 anos, respectivamente. Questionado sobre a motivação do possível crime, o delegado diz que essa informação não pode ser repassada. “O caso corre em segredo de Justiça, porque envolve crianças”, explica o delegado, se referindo a outros dois filhos do casal. Ele também se disse proibido de informar aos cuidados de quem essas duas crianças estão.
No inquérito, o delegado já ouviu várias pessoas e recebeu o depoimento dos pais, que foram ouvidos em Rondonópolis. O pai, que não é biológico, insiste na versão sobre a queda da cama. Mas a mãe já tem uma versão divergente, que também não pode ser revelada. O pai biológico já foi ouvido. Vizinhos do casal informaram que não cuidava bem das crianças, por isso estavam sempre em situação precária.
O delegado confirmou que este casal passa dificuldades financeiras, mas também disse não poder informar qual a profissão da mãe e do pai do bebê morto.
Fonte: Jornal de Hoje/Terra
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