terça-feira, 29 de março de 2016

170 mil funcionários após a Lava Jato, no RN número pode passar de 10 mil demissões

Reportagem acachapante da Folha de São Paulo sobre a Petrobras.
Desde que foram alvejadas pela Operação Lava Jato, há pouco mais de dois anos, a Petrobras e suas subsidiárias demitiram 169,7 mil pessoas.

O corte já representa o equivalente a 61% da equipe atual, que estava em 276,6 mil em fevereiro de 2016.
Em dezembro de 2013, eram 446,3 mil pessoas –de cada 10 trabalhadores empregados antes da Lava Jato, 4 foram dispensados (veja quadro com a evolução do número de vagas na pág. A20).
Os dados foram compilados pela Folha, a partir de dados apresentados aoconselho de administração da estatal e da pesquisa nos relatórios publicados pela empresa nos últimos 12 anos.
Os números mostram que, em meio à euforia das enormes reservas do pré-sal, a estatal saiu de 198,9 mil funcionários em 2004 para o recorde de 446,3 mil em 2013.
RESSACA
Os cortes começaram ainda em 2014, último ano da gestão Graça Foster, quando 74,3 mil perderam o emprego, e se intensificaram sob comando de Aldemir Bendine, que cortou 95,4 mil até fevereiro deste ano.
Após as demissões, a Petrobras está hoje com um efetivo semelhante ao de 2007.
A Petrobras disse por meio de nota que “está reduzindo seu nível de investimento e gasto operacional, o que acaba refletindo na contratação de serviços e em ajuste nos empregados próprios”.
Uma análise dos cortes mostram que 85% das demissões ocorreram entre prestadores de serviço que realizavam obras para a companhia. Esse contingente caiu de 175,8 mil pessoas em dezembro de 2013 para apenas 30,8 mil em fevereiro de 2016.
A Petrobras foi obrigada a cortar drasticamente os investimentos para preservar seu caixa e tentar reduzir suas dívidas, que giram hoje ao redor de US$ 100 bilhões.
Além disso, grandes obras foram paralisadas ou reduzidas com as denúncias de pagamento de propina pelas empreiteiras a ex-funcionários da empresa e a políticos.
REESTRUTURAÇÃO
Os cortes de funcionários não devem parar por aqui. Segundo a Folhaapurou, a Petrobras finaliza uma reestruturação que deve ser analisada pelo conselho de administração nesta quarta (30).
Os cargos executivos podem ser reduzidos em 40%, o que vai provocar demissões e redução de despesas, como viagens ou aluguéis. A estatal está devolvendo uma de suas sedes no Rio e prédios em outros Estados.
O corte vai atingir empregados próprios e terceirizados administrativos e de operação, áreas em que até agora as demissões foram tímidas.
O contingente de pessoal próprio caiu 8,7%, para 78,6 mil pessoas, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2016. No mesmo período, a redução nos terceirizados das áreas administrativas e de operação foi de 9,3%.
A área administrativa, segundo funcionários que trabalham na empresa, ouvidos pela Folha, sofre de inchaço por causa da pressão de partidos políticos pela contratação de apadrinhados.
No ano passado, a Petrobras demitiu 6.000 funcionários administrativos.
A Lava Jato também sustenta que o ex-ministro José Dirceu e ex-funcionários cobravam propinas de recrutadoras de recursos humanos, como Hope e Personal.
Segundo a investigação, quanto mais recepcionistas, seguranças, jornalistas e outros profissionais eram empregados, maior era o valor dos contratos, e maior a propina mensal dos corruptos.
Dirceu nega a acusação.
RIO GRANDE DO NORTE
Segundo informações repassadas ao BG por um funcionário da empresa, nós últimos dois anos os cortes já atingem mais de 6000 pessoas no estado só nas terceirizadas e com a suspensões de perfurações de poços poderemos ter mais 5000, o que totalizaria 11000 demissões em 30 meses no RN, uma verdadeira PANCADA.




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