terça-feira, 17 de julho de 2012

PROGRAMA DO LEITE REGISTRA REDUÇÃO DE 50 MIL LITROS/DIA

O problema do desabastecimento de cerca de 50 mil litros de leite por dia, que vem prejudicando o Programa do Leite, deverá continuar por mais uma semana. Pelo menos é o que disse o diretor-geral do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (EMATER-RN), Ronaldo Cruz. Ele disse ainda que os cerca de 50 mil litros que não estão sendo repassados pelos produtores corresponde a 33% da produção de leite contratada pelo Governo do Estado para o programa, estimada em 155 mil litros/ dia. 
Ronaldo Cruz disse que o pagamento do reajuste anunciado pelo governo só deverá acontecer na próxima segunda-feira (23).
Segundo ele, a redução da oferta de leite para o Programa do Leite tem sido causada pela estiagem, mas também em consequência do valor que vinha sendo pago.
O governo vai pagar um reajuste de R$ 0,10 ao litro de leite fornecido ao Programa Leite Potiguar, que totalizará R$ 0,93 centavos, com pagamento retroativo ao mês de maio. Esse pagamento deveria ter sido iniciado na sexta-feira (13), mas entraves burocráticos fizeram com que ocorresse a alteração na data. 
De acordo com Ronaldo Cruz, com o aumento do valor pago no litro do leite, o produtor terá maior atrativo para ampliar o seu fornecimento para o Programa Leite Potiguar, que estará, assim, estimulando a bacia leiteira nesse período de seca que atinge todas as regiões do Rio Grande do Norte. Segundo Ronaldo Cruz, com o ajuste anunciado pelo Governo, de R$ 0,93, o litro de leite do Programa no Estado terá um acréscimo de 12%, passando de R$ 0,83 para R$ 0,93, ficando 16,25% acima do valor pago normalmente na média dos outros estados, que é de R$ 0,80.
“O problema do desabastecimento do leite deve ser resolvido o mais rápido possível, mesmo sabendo das dificuldades apresentadas pela seca que assola mais de 70% da população rural do estado, está atingindo principalmente crianças, gestantes, nutrizes e idosos, enfim, beneficiários pelo Programa do Leite. Com o pagamento eu espero que a oferta de leite aumente, mas caso isso não ocorra não podemos descartar a possibilidade de compra de leite em pó para atender a demanda”, ressalta Ronaldo Cruz.

Produtores de leite apontam causas da redução da oferta
A redução da oferta de leite dentro do Programa do Leite no Rio Grande do Norte tem feito diferença na mesa das 145 mil famílias beneficiadas pelo programa no Estado. Além disso, tem causado problema também para os 2.064 produtores, entre agricultores familiares, médios e grandes, que fornecem leite para o governo. 
Na semana passada o diretor financeiro do Sindicato dos Produtores de Leite do RN (SINPROLEITE), Lirani Dantas apresentou um verdadeiro “raio-X” sobre a situação dos produtores no estado.
Ele afirmou que as usinas locais têm registrado redução do volume de leite recebido. 
No primeiro trimestre de 2012, o volume de leite recebido pelas usinas foi 15,2% inferior ao adquirido no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Novos números serão divulgados ainda neste mês e a perspectiva é que os números contatem uma queda ainda maior nesse segundo trimestre. 
Para os dirigentes do Sinproleite, a redução da produção acontece em decorrência dos constantes atrasos do pagamento, da defasagem dos preços e alta dos insumos e da estiagem. 
Além disso, o nível de dependência dos produtores e das usinas em relação ao Programa do Leite é visto como outro fator importante. Atualmente, cerca de 77% do leite beneficiado diariamente pelas usinas é destinado ao programa, que também absorve 25% de todo o leite produzido, segundo dados do IBGE. Em Pernambuco, o percentual de leite adquirido pelo governo não ultrapassa 5%.
Fonte: Defato/Cidade News Itaú

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