domingo, 6 de abril de 2014

Atlético não faz valer mando de campo e Cruzeiro fica a um empate do título

Bruno Cantini/Flickr Atlético-MG

Uol - Sem Ronaldinho Gaúcho e Dagoberto, contundidos, Atlético-MG e Cruzeiro fizeram um jogo intensamente disputado, mas que terminou empatado, sem gols, neste domingo, no primeiro clássico da final do Campeonato Mineiro. Dessa forma, o alvinegro mineiro não conseguiu tirar proveito do 'caldeirão do Horto' e desperdiçou a chance de tomar a vantagem do rival, que será campeão estadual com novo empate, no próximo domingo, no Mineirão.Para o alvinegro, será necessário um triunfo, por qualquer placar, no 'Gigante da Pampulha'.

Por ter sido o time de melhor campanha na fase de classificação, o Cruzeiro entrou com a vantagem de jogar por dois empates ou derrota e vitória pela mesma diferença de gols. Com o empate, o clube celeste manteve sua invencibilidade no Mineiro, quando venceu 11 jogos e empatou três, dois deles contra o Atlético-MG. Foi o sexto clássico disputado no Independência, após sua reinauguração, há dois anos, a equipe estrelada segue sem vencer o arquirrival, com três vitórias atleticanas e três empates.
A torcida atleticana comprou todos os ingressos disponíveis. Os últimos bilhetes, para o setor vip, ao preço de R$ 160 cada, foram comprados por volta das 12h30. O anúncio da contratação do francês Anelka, na madrugada de domingo, feito pelo presidente Alexandre Kalil, por meio do Twitter, motivou ainda mais o torcedor alvinegro. Como a diretoria celeste abriu mão dos 10% a que teria direito, para evitar problemas com a sua torcida, oficialmente só tinha atleticanos no Horto. Isso não impediu um começo de confusão, aos 29 min do primeiro tempo, atrás do gol defendido por Victor, que logo foi contida pelos policiais militares.
O Atlético-MG, que já sofre com desfalques desde o início da temporada, perdeu Ronaldinho Gaúcho e Dátolo, ambos com contusões acontecidas no empate diante do Independiente Santa Fé, foram vetados, sendo substituídos pelos jovens Marion e Alex Silva. "Não muda muita coisa, formação ofensiva, apesar da perda significativa do Ronaldo e vamos com o que temos de melhor no momento", afirmou Guilherme.
Pelo lado do Cruzeiro, uma mudança também de última hora, na escalação. O atacante titular Dagoberto sentiu dores musculares, foi vetado pelo departamento médico, e substituído por Willian. "O Dago sentiu, estou sempre entrando e não tem novidade nenhuma. Quero ajudar o Cruzeiro e fazer um bom jogo", comentou Willian. Antes de a bola rolar, muita confraternização entre as comissões técnicas e jogadores dos dois lados.
Apesar de jogar no Independência, somente com a presença dos torcedores do time rival, o Cruzeiro começou melhor a primeira etapa, tomando a iniciativa de ataque, mantendo-se na maior parte no campo ofensivo. Aos 6 min, a bola até chegou nas redes atleticanas, mas o lance já havia sido interrompido pelo árbitro alagoano Francisco Carlos do Nascimento, que marcou toque de mão de Julio Baptista.
Mesmo rondando mais a área adversária, o Cruzeiro não conseguia efetivamente levar tanto perigo assim ao gol defendido pelo goleiro Victor. Já o anfitrião Atlético-MG se armava nos minutos iniciais para tentar explorar contra-ataques, contando com a movimentação de Tardelli e do jovem Marion. Aos 17 min, a primeira finalização atleticana, com Guilherme, defendida com segurança e tranquilidade pelo goleiro Fábio.
O jogo era truncado e, em alguns momentos, muito concentrado no meio de campo. As duas equipes marcavam forte e usavam esquemas táticos semelhantes. Em boa parte do primeiro tempo, no entanto, as defesas levaram vantagem sobre os setores ofensivos.  Dessa forma, as jogadas aéreas e as cobranças de falta ou escanteio eram as principais estratégias dos dois lados. Aos 21min, Everton Ribeiro cobrou falta e Dedé cabeceou por cima do travessão. Quatro minutos depois, foi a vez de Tardelli bater escanteio e Leonardo Silva tocar de cabeça para fora.
O jogo cresceu em emoção nos 15 minutos finais. Aos 30 min, Marion recebeu livre lançamento da esquerda, mas bateu fraco, facilitando a defesa de Fábio. No minuto seguinte, Willian tabelou com Julio Baptista, mas errou o chute, mandando a bola para fora. A torcida atleticana vibrou com bela jogada individual de Tardelli, aos 34 min, quando deu chapéu num marcador e uma gaúcha em Samudio, antes de cruzar buscando Jô. O goleiro cruzeirense, no entanto, se antecipou e ficou com a bola.
No final dos 45 minutos iniciais, Jô sentiu uma contusão no tornozelo e deixou o campo mandando. Logo que o árbitro Francisco Nascimento encerrou a etapa inicial, os jogadores cruzeirenses o cercaram, fazendo pressão. Na volta para o segundo tempo, foi a vez do atleticano Leonardo Silva conversar com o juiz. Jô retornou, assim como todos os outros atletas dos dois times, cujos treinadores mão fizeram alterações.
Os atletas de Atlético e Cruzeiro concordaram que o primeiro tempo foi intensamente disputado, mas com poucas chances de gols. "É final de campeonato, a equipe do Cruzeiro entrou fechada, esfriando o jogo a todo o momento", disse Pierre. "A rivalidade está em alta. O jogo está bom, mas a gente precisa fazer que ele fique melhor", observou Guilherme. Já o meia celeste Ricardo Goulart viu um jogo "lá e cá" na etapa inicial. "Tivemos oportunidades, mas vamos melhorar no segundo tempo". "Nos empenhamos bastante e vamos voltar melhor para abrir o placar", concordou Everton Ribeiro.
A primeira grande chance da etapa final foi do Cruzeiro, com Ricardo Goulart, em lance curioso, ocorrido aos 5 min. Victor cortou parcialmente um cruzamento e, em seguida, deu um chute na bola que bateu no meia-atacante celeste e saiu por pouco, dando susto no torcedor atleticano. O jogo era ainda pegado, mas mais movimentado e corrido. Aos 16 min, Julio Baptista teve boa chance, mas errou o alvo. No minuto seguinte, Marion fez ótima jogada e tocou para Tardelli, que, livre, desperdiçou a melhor oportunidade para abrir o placar.
Se na etapa anterior o Cruzeiro tentava mais a iniciativa ofensiva, no segundo tempo a situação se inverteu e o Atlético-MG buscou mais o gol, incentivado por sua torcida e pressionado pela necessidade de tentar a vitória como mandante, para facilitar sua vida no clássico da volta, no Mineirão. Aos 36 min, em dois lances consecutivos, Fábio evitou o gol atleticano, em finalizações de Alex Silva e de Guilherme. Nos minutos finais, o Cruzeiro melhorou em campo, mas o jogo terminou mesmo empatado sem gols. O árbitro Francisco Nascimento sinalizou dois minutos de acréscimo, mas terminou o jogo antes dos 47, o que revoltou jogadores e torcedores do time.
ATLÉTICO-MG 0 X 0 CRUZEIRO
Data: 6/4/2014 (domingo)
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro:  Francisco Carlos do Nascimento (FIFA/AL)
Auxiliares: Cleriston Cley Barreto Rios (FIFA/SE) e Wagner dos Santos Rosa (CBF/RJ)
Cartões amarelos: Everton Ribeiro, Marcelo Moreno (CRU); Leonardo Silva, Marcos Rocha, Victor (ATL)

Atlético-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Otamendi e Alex Silva; Pierre, Leandro Donizete, Guilherme e Marion (Carlos); Diego Tardelli e Jô
Técnico: Paulo Autuori
 
Cruzeiro
Fábio; Ceará (Mayke), Dedé, Bruno Rodrigo e Samúdio; Henrique, Lucas Silva, Ricardo Goulart (Nilton) e Éverton Ribeiro; Willian e Júlio Baptista (Marcelo Moreno)
Técnico: Marcelo Oliveira

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