O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou nesta sexta-feira (27), antes de participar da convenção nacional do PCdoB, em Brasília, que a presidente Dilma Rousseff entregará a taça à seleção que vencer a Copa do Mundo de 2014. Havia dúvidas se Dilma participaria da cerimônia devido à forma hostil como foi tratada pelos torcedores quando assistiu à abertura do mundial, na Arena Corinthians, em São Paulo.
Na ocasião, quando Brasil jogou contra a Croácia, a presidente foi alvo de vaias e chegou a ser xingada pelo público presente ao estádio. “O protocolo, a praxe, é que a autoridade do país presente faça a entrega das taças. Como ela [Dilma] estará no Maracanã, na final da Copa, ela fará a entrega da taça para o país vencedor”, afirmou Aldo Rebelo.
Na Copa das Confederações, realizada em junho de 2013, Dilma foi vaiada na abertura do campeonato e acabou abrindo mão de entregar o prêmio à equipe vencedora. Aldo Rebelo representou a dirigente, na ocasião, e entregou a taça. Para o ministro do Esporte, o "clima" no Brasil atualmente é outro.
"Naquela Copa das Confederações havia um clima de manifestações. Agora é um momento de festa. Não creio que haverá qualquer tipo de manifestação", afirmou. Indagado se o governo não temia novos xingamentos, como ocorreu na abertura da Copa, Aldo afirmou: "Creio que não haverá [xingamento]".
Hostilidades na abertura
Na abertura da Copa, no dia 12 de junho, xingamentos contra a presidente foram ouvidos em dois momentos antes da partida: após a chegada de Dilma ao estádio e após a execução do hino nacional, já a poucos minutos do início do jogo. No segundo tempo, a presidente foi xingada mais duas vezes.
Um dia depois, em uma cerimônia no Distrito Federal, a presidente afirmou que não irá se deixar "abater" por agressões verbais.
"Eu não vou me deixar perturbar por agressões verbais. Não vou me deixar atemorizar por xingamentos que não podem ser sequer escutados pelas crianças e pelas famílias", disse durante a inauguração da primeira etapa do BRT (corredor de ônibus expresso) do Distrito Federal, sem citar diretamente o episódio do estádio paulista.
Padrinho político de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou o incidente da Arena Corinthians e chamou de "moleques" os torcedores que hostilizaram a chefe do Executivo. Lula afirmou que autores dos xingamentos "perderam a vergonha" e que a “elite brasileira” estava conseguindo despertar o "ódio entre as classes".
Fonte: Folha do Sertão com portal correio
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