Em almoço com um amigo, no último domingo, um ministro do STF revelou-se “impressionado” com a evolução das investigações sobre a corrupção atribuída ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sem antecipar o voto, disse estar convencido de que haverá maioria no Supremo para converter o presidente da Câmara em réu nos processos em que é acusado de receber propinas provenientes da Petrobras e de manter contas bancárias clandestinas na Suíça. Nas palavras do magistrado, vai se consolidando no Supremo um “ambiente adverso” para Cunha.
Na Câmara, o Conselho de Ética sorteará nesta terça-feira os candidatos a relator do processo de cassação do mandato de Cunha por quebra do decoro parlamentar. Serão três nomes, dos quais o presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), terá de escolher um para exercer as atribuições de relator do processo. Dependendo do nome escolhido, a plateia saberá se o Conselho de Ética quer julgar Eduardo Cunha ou premiá-lo com o arquivo.
PROTESTO RESIDÊNCIA
A residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi pichada nesta segunda-feira (2) em protesto contra o peemedebista. O muro da guarita de segurança e a placa de identificação do imóvel foram pintados com a frase “Fora Cunha”, mote que tem sido usado pelos movimentos favoráveis à saída dele do comando da Casa Legislativa.
A manifestação foi organizada pelo Levante Popular da Juventude e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), que defendem a cassação de seu mandato e criticam o avanço de pautas conservadoras no Congresso Nacional. O símbolo do Levante Popular da Juventude também foi pichado na guarita de segurança.
Segundo os movimentos, participaram do protesto cerca de 400 pessoas, que carregaram bandeiras e faixas. A segurança da residência oficial estima que cerca de cem manifestantes estiveram no local. O presidente da Câmara dos Deputados está fora de Brasília nesta segunda.
“Nós elencamos o Cunha como o principal inimigo da juventude brasileira. Tanto pelos projetos de lei que impõem um retrocesso no país, como o estatuto da família e a redução da maioridade penal, como pela defesa de uma pauta golpista, que é o impeachment da presidente Dilma Rousseff”, explicou Laryssa Sampaio, da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude.
Acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e suspeito de esconder contas na Suíça, o peemedebista acelerou a tramitação de pautas que não contam com o aval do governo federal, mas agradam seus aliados políticos.
São projetos que têm apoio de evangélicos, dos ruralistas e da chamada “bancada da bala”, cujos integrantes, em sua maioria, lhe dão sustentação política.
Cunha tenta manter o apoio e agradar seu núcleo mais fiel enquanto terá, na próxima terça (3), o processo de cassação de seu mandato instalado no Conselho de Ética da Casa Legislativa.
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