quinta-feira, 3 de julho de 2014

Polícia Militar conclui inquérito sobre desaparecimento e morte de Amarildo

Caso Amarildo - GNews (Foto: Reprodução GloboNews)A Polícia Militar concluiu o inquérito que apurou o desaparecimento e morte do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza, em julho do ano passado, na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. De acordo com o Inquérito Policial Militar (IPM), todos os policiais militares, inclusive o major Edson dos Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha, cometeram crimes de Justiça comum.

O IPM será encaminhado para a análise do Ministério Público Militar, que depois de dar o parecer vai enviar ao Tribunal de Justiça. O inquérito da PM decidiu aumentar de 25 para 29 o total de policiais militares envolvidos nos crimes de tortura e fraude processual. Segundo o Corregedor Geral da PM, coronel Sidney Camargo, a Polícia Militar entendeu que houve participação de cinco PMs no convencimento a testemunhas para mentirem em depoimento.
Em nota, a PM afirmou que, quando o julgamento for concluído, os policiais militares podem ser expulsos da corporação. "Cabe ressaltar, que o encarregado emitiu um parecer com entendimento de que o crime de corrupção ativa de testemunhas supostamente praticado pelos policiais citados, seria crime de competência da Justiça Militar. Mas a Corregedoria entendeu se tratar de crime de responsabilidade da Justiça Comum. Lembrando que quando o julgamento for concluído, o resultado será encaminhado para a Corporação. Com isso, todos, sem exceção, podem ser excluídos.
O caso está sendo julgado e as audiências acontecem no Tribunal de Justiça do Estado do Rio. Ao todo, 25 são acusados pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha. Entre esses, 12 estão presos e 13 respondem processo em liberdade.

Em outubro do ano passado a Divisão de Homicídios indiciou 10 policiais da UPP da Rocinha, incluindo o major Edson Santos, ex-comandante da unidade, pelos crimes de tortura, seguida de morte e ocultação de cadáver.

Entenda o caso

Amarildo sumiu após ser levado à sede da UPP da Rocinha, onde passou por uma averiguação. Após esse processo, segundo a versão dos PMs que estavam com Amarildo no dia 14 de julho, eles ainda passaram por vários pontos da cidade do Rio antes de voltarem à sede da Unidade de Polícia Pacificadora, onde as câmeras de segurança mostram as últimas imagens de Amarildo, que, segundo os policiais, teria deixado o local sozinho.

O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios, acompanhado por peritos, fez a reconstituição do caso em duas etapas. A primeira, no início de setembro, reproduziu as ações desde a primeira abordagem dos policiais da UPP ao ajudante de pedreiro. A reconstituição durou mais de 16 horas, entre a noite de domingo (1º) e a manhã de segunda-feira (2), e foi considerada uma das maiores reconstituições já feitas pela Polícia Civil, segundo informou a assessoria da corporação.

A segunda, no dia 8 de setembro, refez o trajeto do carro da PM que levou Amarildo, com base no GPS do veículo. O aparelho mostrou que depois de deixar a Rocinha, o carro fez um percurso de quase 2h30 pela cidade. No caminho, o veículo parou três vezes antes de voltar à comunidade.

(Foto: Reprodução GloboNewsDo G1

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