segunda-feira, 14 de julho de 2014

Rede pública enfrenta ‘desafio’ de cumprir calendário escolar no RN

Foto: Wellington Rocha
Terminadas as férias escolares e a realização da Copa do Mundo, a volta às aulas nesta segunda-feira (14) é o início de um ‘teste de fogo’ para as escolas públicas que precisam garantir o cumprimento do calendário letivo até o final do ano. Isso porque a rede pública de ensino de Natal e do Rio Grande do Norte passaram por vários dias de greve dos professores, afetando a quantidade de aulas que deveriam ser ministradas no primeiro semestre do ano.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a educação básica, nos níveis fundamental e médio, deve contemplar a carga horária mínima anual de 800 horas, distribuídas por um período mínimo de 200 dias letivos. Esse direito dos alunos, atrelado ao dever das escolas, foi interrompido na rede pública neste ano, mas precisa ser devidamente cumprido até o dia 30 de dezembro.
Os professores da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte decidiram entrar em greve no dia 28 de janeiro, primeiro dia do ano letivo de 2014. A paralisação durou 55 dias. De acordo com a a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seec), as escolas que aderiram à greve tiveram a liberdade de organizar um calendário próprio de reposição das aulas. Algumas unidades iniciaram as aulas no dia 1 de julho.
Segundo a assessoria de comunicação da Seec, a rede estadual de ensino é composta por 260 mil alunos e apenas 8% das escolas em todo o Estado aderiram à paralisação dos professores.
Na Escola Estadual Professor Francisco Ivo Cavalcanti, no bairro Dix-Sept Rosado, apenas quatro professores adeririam à greve, sem causar grandes prejuízos para os mais de 1.150 alunos. O vice-diretor da escola, Jarbas Brito de Araújo, disse que a metodologia de ensino da unidade escolar contribuiu para que a greve não tivesse sucesso.
“Trabalhamos com a metodologia do Ensino Médio Inovador, projeto que prevê atividades extracurriculares aos alunos. Os estudantes têm uma hora a mais de aula por dia voltada para projetos esportivos, atividades culturais e para o bem-estar social. Essa metodologia envolve não só os alunos, como também os professores. Isso faz com que nossa escola fique movimentada todo o ano. Greve aqui não tem muita repercussão”, disse.
Na Escola Ivo Cavalcanti, o ano letivo teve início no dia 28 de janeiro e será finalizado no dia 22 de dezembro. “Isso incluído até as atividades de recuperação e quarta prova. Não precisamos fazer adequações ao nosso calendário”, disse o vice-diretor.
Rede Municipal
Na rede pública municipal de Natal, os professores paralisaram as atividades no dia 7 de abril, mas um acordo firmado com a Secretaria Municipal de Educação (SME) fez com que os profissionais retornassem às salas de aulas no dia 21 de maio. A greve durou 42 dias.
A secretaria informou que as escolas que tiveram greve parcial (com a paralisação de algumas disciplinas específicas) iniciaram o segundo semestre de aulas nesta segunda-feira, com reposição de aulas programada para o sexto horário ou no contra turno escolar. As escolas que paralisaram integralmente, em todas as disciplinas, não tiveram férias no meio do ano.
De acordo com os dados oficiais da SME, a rede pública de Educação em Natal é composta por 54 mil alunos. Dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), apenas quatro pararam as atividades integralmente, 19 aderiram parcialmente e 48 não fizeram greve. Das escolas de ensino fundamental, duas fizeram greve integral, 45 parcial e 25 não aderiram à greve.
Na Escola Municipal Mário Eugênio Lira, no bairro Dix-Sept Rosado, teve que organizar três calendários específicos, sendo um para cada turno escolar. “Aqui, os professores que aderiram à greve começaram as aulas no dia 30 de junho. Hoje retomamos as aulas com todos os professores do quadro”, disse Java Bezerra, vice-diretora da unidade.
“Fizemos calendários diferentes porque cada turno teve sua particularidade. Mas todos os calendários prevêem o fim do ano letivo no dia 30 de dezembro. Quando começamos a pensar nas reposições das aulas, trabalhamos as possibilidades de modo que os alunos não tenham perda de dia letivo, nem prejuízo na fixação dos conteúdos. Algumas turmas tiveram sexto horário e outras turmas tiveram aulas aos sábados”, disse.
* Do Portal JH

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