quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Ataques aéreos contra cidade síria de Aleppo deixam mais de 400 mortos em dez dias


Os bombardeios aéreos contra setores rebeldes da cidade de Aleppo (norte da Síria) e sua província deixaram em dez dias um total de 401 mortos, entre eles 117 crianças, segundo um balanço de uma ONG.

"De 15 a 24 de dezembro incluídos morreram 401 pessoas, entre elas 117 crianças, 34 mulheres e 30 rebeldes", segundo o balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido.

Os bombardeios desta quarta-feira foram direcionados contra dois bairros do leste de Aleppo, Sakhur e Khabal Badro, e a aviação lançou barris de TNT contra Nakrin, uma localidade da província.

Nesta cidade, os rebeldes e jihadistas travam combates contra o exército sírio, que conta com a ajuda da milícia das Forças de Defesa nacionais e de combatentes xiitas libaneses do Hezbollah.

A União Europeia e a Liga Árabe pediram nesta quarta-feira o fim imediato destes ataques.

A representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, disse estar muito preocupada com os bombardeios e com o uso de barris de TNT, de efeitos devastadores em zonas muito povoadas, afirmou seu gabinete em um comunicado.

No documento, também pediu o fim imediato da violência, lembrou que é obrigatório respeitar os direitos humanos e apelou para que todas as partes participem da conferência de paz prevista para janeiro na Suíça.

Por sua vez, Nabil al-Arabi, secretário-geral da Liga Árabe, pediu nesta quarta-feira que "o exército sírio coloque fim aos bombardeios aéreos" contra Aleppo e com a morte de "centenas de civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres".

Além disso, voltou a apelar para que o Conselho de Segurança assuma suas responsabilidades para colocar fim à guerra na Síria.

Em sua primeira bênção "Urbi et Orbi" transmitida nesta quarta-feira a partir da Praça de São Pedro, o papa Francisco pediu o fim da violência na Síria e a garantia de acesso do país à ajuda humanitária.

"Continuemos a pedir ao Senhor que poupe novos sofrimentos ao amado povo sírio, e as partes em conflito ponham fim a toda a violência e assegurem o acesso à ajuda humanitária", clamou o Papa latino-americano a partir do balcão da Basílica, o mesmo local de onde apareceu pela primeira vez como pontífice no dia 13 de março após sua eleição ao trono de Pedro.

Trégua em Muadamiyat al Sham O regime e os rebeldes alcançaram nesta quarta-feira uma trégua em Muadamiyat al Sham, uma localidade periférica do sudoeste de Damasco, assediada e bombardeada há um ano, informou um membro do comitê local da cidade.

"Nesta quarta-feira entrou em vigor uma trégua e os habitantes aceitaram içar durante três dias a bandeira do regime nas caixas d'água da cidade, como sinal de boa vontade", disse à AFP Abu Malek.

"Está previsto que seja enviado comida à localidade na quinta-feira. Se isso acontecer, entregaremos nossas armas pesadas, mas o exército do regime não voltará a entrar em nossa cidade", acrescentou.

Uma fonte próxima ao regime confirmou a trégua, mas não mencionou a retirada do exército, mas o contrário, disse que o exército deveria entrar para garantir a entrega de todas as armas pesadas.

Cerca de 3.800 habitantes, em sua maioria mulheres, crianças e idosos, foram evacuados de Muadamiyat al Sham em outubro.

* Reprodução Márcio Melo

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