O ex-vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, 26, suspeito de ter matado 39 pessoas em Goiânia, é um psicopata, segundo atestou laudo divulgado pela Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás.
Tiago está preso desde outubro de 2014 e, segundo a Polícia Civil, confessou os 39 homicídios. Desde o início do ano passado, o assassinato de 15 mulheres jovens, com idades entre 13 e 29 anos, por um motoqueiro com rosto coberto causou pânico na capital goiana e se tornou até assunto político durante a campanha eleitoral, na qual foi reeleito o governador Marconi Perillo (PSDB).
A equipe médica avaliou que o ex-vigilante pode ser classificado como um caso de transtorno de personalidade antissocial. Apesar do distúrbio, o laudo conclui que o ex-vigilante é plenamente capaz de responder pelos seus atos, portanto, imputável e que pode ir a julgamento, se acusado formalmente.
O documento foi apresentado na tarde desta sexta-feira (27) à 10ª Vara Criminal de Goiânia, que acompanha o caso.
Segundo o laudo assinado pelos psiquiatras Diego Franco de Lima e Léo de Souza Machado, mesmo com o transtorno, Tiago podia entender o aspecto ilícito de seus atos e se posicionar conforme esse entendimento. "A pontuação verificada é compatível com transtorno global de personalidade indicativo de traços psicopáticos e maior sujeição à reincidência".
Na avaliação dos profissionais, não seria possível um tratamento, já que o quadro de Tiago apresenta "pouca possibilidade de responder aos tipos de intervenção medicamentosa" existentes.
"Fica claro e marcante nos crimes a premeditação do intuito. [Tiago] Escolhe as vítimas a esmo e sem motivações aparentes, já que não há um perfil totalmente definido. Ou seja, os crimes ocorrem por vontade própria, sem influência de nenhuma doença mental", diz trecho do laudo. O documento aponta, ainda, que ele não é dependente químico.
Tiago tende a se retrair do convívio com os demais e não vivencia trocas afetivas significativas com as pessoas, segundo perfil traçado pelos psiquiatras. Essa dificuldade de se conectar com as pessoas e sua desorientação de sentimentos configuram como características que, associadas, contribuem para o prejuízo em sua formação moral e ética.
A reportagem tentou, sem sucesso, localizar no início da noite desta sexta as advogadas que defendem o suspeito.
Fonte: Folha de São Paulo
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