O Conselho de Ética da Câmara adiou pela terceira vez em três semanas a decisão sobre o que fazer com o processo de cassação do mandato de Eduardo Cunha. Arquivar ou continuar?, eis a questão cuja resposta foi adiada para esta quarta-feira. Duas intervenções deram uma ideia do que pode suceder.
O deputado Zé Geraldo (PT-PA) falou explicitamente da chantagem que paira sobre os três petistas que integram o conselho: “Estamos votando não com a faca, mas com a metralhadora no pescoço, todo mundo sabe que o Cunha trabalha com essa arma. A metralhadora está na mão do Cunha”, disse, referindo-se à ameaça do presidente da Câmara de deflagrar o processo de impeachment se não obtiver a solidariedade do PT.
Com o Cunha na mão, os petistas podem enterrar o pedido de cassação do aliado tóxico. Se forem bem sucedidos, a infantaria do acusado tentará aprovar uma punição bem mais branda do que a cassação: uma reprimenda por escrito. Autor do relatório paralelo que sugere o escárnio, o deputado Wellington Roberto (PR-PB) pede aos colegas um tratamento mais camarada para Cunha: “Não precisa expressar tanto rancor para se condenar um colega. […] O que falta aqui é mais humanidade e irmandade.”
Humanidade é o outro nome de impunidade. Irmandade é sinônimo de cumplicidade. Já é possível enxergar o pus no fim do túnel.
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