Austríaco pode entrar para a história com salto da estratosfera
O salto pode entrar para a história: um mergulho alucinante, a 36 quilômetros de altura. O balão sobe e leva junto uma cápsula. Lá dentro, um aventureiro. Depois de dez mil metros de altura, o balão sobe ainda mais.Vinte mil metros: acima, a escuridão do espaço, abaixo, a curvatura da Terra. A quase 30 mil metros de altura, já é possível ver o globo terrestre. Felix Baumgartner é um austríaco que já se aventurou pelo mundo. Saltou de um dos prédios mais altos do mundo, em Taiwan. Se jogou dentro da segunda maior caverna da Terra, em Omã, no Oriente Médio. E da mão direita do Cristo Redentor partiu para uma fantástica viagem sobre o Rio de Janeiro. Está escrito no braço dele: "nascido para voar". Agora vai atrás do maior desafio de todos: bater o recorde do salto mais alto do mundo. Um salto da estratosfera, uma região da atmosfera que fica entre 17 e 50 quilômetros de altitude. Abaixo, a troposfera, onde ocorre toda a atividade meteorológica como chuvas, ventos, raios, relâmpagos. E por onde anda a maior parte dos aviões. Acima, apenas camadas da atmosfera onde o ar é cada vez mais rarefeito. Felix Baugartner decidiu ir até a estratosfera. Há cinco anos começou a se preparar. Em um encontro com o repórter há 5 anos, no alto de um prédio em Nova York, Feliz diz que 40 andares não significam nada para ele. Ele não se considera louco. “Definitivamente não sou louco. Se você olhar meu histórico, vai ver que fiz muitas coisas e estou vivo.Se fosse louco, não teria sobrevivido tanto tempo”. Para esse salto, ele se aliou à experiência. Joe Kittinger, o recordista, é, agora, o comandante da aventura de Felix Baugartner. "Joe é o único que esteve lá e sabe como é. A coisa mais importante que ele me disse é que eu preciso respeitar o lugar para onde quero ir. Aquele é um ambiente muito hostil", diz Felix, olhando para cima. Os dois montaram uma equipe de preparadores físicos, médicos, engenheiros, meteorologistas. São 140 pessoas que desenvolveram roupa, calçado, capacete, equipamento parecido com o dos astronautas, capaz de proteger da baixa temperatura, que chega a -60ºC a 30 mil metros de altitude no momento que Felix sai da cápsula. "Nós temos muitos avanços como roupas mais modernas, comunicação mais eficiente, mas o que não mudou é o perigo da altitude," diz Joe. "Eu sinto medo e isso é bom porque deixa você ligado e concentrado para controlar qualquer situação", diz Felix. Para superar o medo, fez centenas de testes em cabines pressurizadas. Outras dezenas em guindastes. Foi preciso desenvolver a cápsula também. Igual àquelas que levam astronautas em missões espaciais. É bem bacana esse brinquedo. Um ainel de controle onde você pode monitorar as 19 câmeras espalhadas por toda a cápsula, uma poltrona grande confortável, bastante espaço. Dá para tocar uma viagem longa. Rádios de comunicação, garrafas de oxigênio, medidores de pressão, temperatura e de altitude. Quarta-feira (25) era o dia. Felix estava animado. À medida que o balão é inflado, o céu vai clareando. Tudo pronto. "Vamos nós, amigo," diz o veterano Joe para Felix. Às 6h20 na cidade de Roswell, interior do Novo México, a temperatura estava em torno dos 25ºC, sem chuva, nenhum vento, pouquíssimas nuvens no céu. Condições climáticas perfeitas, de acordo com os controladores da missão, para um salto seguro. E o austríaco Felix Baugartner subiu em direção a estratosfera. Lá de cima o passageiro-aventureiro desfruta de uma paisagem fantástica. Sala de controle e cápsula mantêm contato direto: "Estamos no nosso caminho", avisa o comandante da missão. Depois de uma hora de cinquenta minutos, a cápsula chega a 29 mil metros, mais de três vezes a altura do Monte Everest. De lá é possível ver a escuridão do espaço acima e a Terra abaixo. Um dos controladores anuncia: "Prepare a saída". Logo chega a hora de abrir o para-quedas. É resgatado de helicóptero e dá um abraço na equipe. Joe, aos 84 anos, se emociona. "O momento mais especial para mim foi quando Felix se posicionou na porta e sinalizou. Meu coração teve o mesmo sentimento de 50 anos atrás quando fiz o mesmo", ele conta. O que passou pela cabeça de Feliz quando abriu a porta da cápsula? "Que foi um sucesso e que a equipe trabalhou num nível altíssimo", diz. Como no dia que saltou do Cristo Redentor: "No Rio de Janeiro, em 1999, tinha sido meu grande momento. Quando olhei a Praia de Copacabana, para as favelas, o rosto do Cristo, foi maravilhoso. Mas esse, hoje, foi o melhor de todos", ele vibra. Mas o austríaco sabe que ainda não chegou onde se comprometeu a chegar. Mês que vem ele pretende fazer o salto oficial da estratosfera. Se quebrar o recorde, vai se tornar o homem que pulou de onde nenhum outro se aventurou antes. "Eu estou pronto para ir, estou 100% confiante", garante.
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