Justiça manda bloquear R$ 100 milhões do Banco Rural
O Banco Rural sofreu recente derrota na Justiça do Trabalho, que considerou que houve "fraude de execução" em negócio realizado entre a instituição financeira e uma das empresas de Wagner Canhedo, dono da Vasp e campeão de dívidas trabalhistas, segundo lista divulgada pela Folha.
A decisão não tem relação com o julgamento do esquema do mensalão, do qual o Rural é considerado o núcleo financeiro, segundo a acusação da Procuradoria-Geral da República.
No âmbito trabalhista, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) cassou liminar que havia sido concedida no início do ano pelo presidente da corte, João Oreste Dalazen, determinando assim que seja cumprida decisão de primeira instância que bloqueou mais de R$ 100 milhões, em valores atualizados, para pagar dívidas contraídas pela Vasp em favor do Sindicato Nacional dos Aeroviários.
O Banco Rural, por meio da Rural Agroinvest S.A., comprou, em 2004, bois da Agropecuária Vale do Araguaia, propriedade de Canhedo, quando o seu grupo já não podia mais se desfazer de seus bens, por conta das dívidas trabalhistas contraídas já reconhecidas definitivamente pela Justiça e nunca pagas.
Na prática, o Sindicato dos Aeroviários passou a cobrar do Banco Rural o que deveria receber de Canhedo, já que os bens bloqueados que passaram a ser da instituição financeira serviriam para pagar parte dos débitos trabalhistas.
A Justiça chegou a tentar bloquear algumas contas do Banco Rural, que argumentou não ter dinheiro, e que tal penhora poderia comprometer o desenvolvimento regular de suas atividades.
A Folha não conseguiu contato com o Banco Rural nem com o empresário Wagner Canhedo.
Fonte: Folha/Márcio Melo
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