Raio causou apagão que atingiu 12 Estados no sábado
O apagão de sábado (15) reduziu em 13,4% a energia distribuída em todo o
país e afetou o fornecimento em 12 Estados, informou nesta
segunda-feira (17) o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Segundo a Folha apurou, o apagão foi causado por um raio que atingiu a linha de transmissão entre Emborcação e Itumbiara, em Goiás.
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O presidente do ONS, Hermes Chipp, confirmou que a causa do acidente
pode ter sido uma descarga atmosférica, mas ressaltou que as causas
ainda estão sendo apuradas.
Passados dois dias do acidente, o operador nacional e o MME (Ministério
de Minas e Energia) ainda não informaram oficialmente a causa --apenas
que ela teve origem na usina hidrelétrica Itumbiara, da Eletrobras
Furnas, localizada na divisa entre Goiás e Minas Gerais.
Chipp disse que, a usina é muito antiga e tem uma configuração que
facilitou o acidente e que ela deverá passar por obras de modernização.
O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson
Hubner, disse que a usina operava com instalações desatualizadas. "O
arranjo da subestação é muito ruim, desatualizado."
Hubner firmou que a agência reguladora já pediu ao ONS (Operador
Nacional do Sistema) um levantamento sobre a situação de outras
subestações do país para verificar se o problema também ocorre em outras
usinas geradoras.
"[Queremos checar] se há alguma subestação desse jeito, com
desatualização em termos de arranjo. Desliga aquilo ali e cria uma
situação de instabilidade no sistema", disse.
O presidente do ONS informou que todas as subestações do país serão reavaliadas para que o problema não volte a ocorrer.
OBSOLETO
Segundo uma fonte, o arranjo do sistema de proteção da subestação foi
projetado na década de 1970. Apesar de receber manutenção, é antigo e
não é mais usado nos sistemas de proteção instalados nas novas
subestações.
O problema é que a substituição desses equipamentos implicaria no
desligamento da subestação --e consequentemente da linha de
transmissão-- por pelo menos um ano. Como Itumbiara é um dos pontos de
conexão com o sistema de transmissão Norte/Nordeste/Centro Oeste, há
preocupação em tirá-lo da operação.
Esse mesmo sistema obsoleto opera em outras subestações, também
construídas na década de 1970, como Araraquara, Marimbondo e Cachoeira
Paulista.
3,5 MILHÕES
Ficaram sem eletricidade mais de 3,5 milhões de pessoas em cidades de 12
Estados: Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Segundo o ONS, foram afetados 1,5
milhões de pessoas em São Paulo e 1,2 milhão no Rio.
O apagão suspendeu o fornecimento de 13,4% da energia do país, segundo o operador nacional.
O Estado mais prejudicado foi Mato Grosso, com 66,6% de carga
interrompida, seguido de Paraná (33,5%), Goiás (25,7%), Santa Catarina
(24,9%), Acre (23,2%), Espírito Santo (20,0%), Rio Grande do Sul
(19,6%), São Paulo (15,3%) Rio de Janeiro (15%), Mato Grosso do Sul
(17,4%), Rondônia (12,3%) e Minas Gerais (10,6%).
EFEITO CASCATA
A Folha apurou que o problema começou com um raio que atingiu a
linha de transmissão entre Emborcação e Itumbiara. Disjuntores da
subestação de Itumbiara desligaram a linha automaticamente. Cinco das
seis turbinas da usina pararam de funcionar.
O acidente provocou um efeito cascata em parte do Sistema Interligado
Nacional, gerando o desligamento também de outras linhas de transmissão
que conectam o país.
Milésimos de segundos depois do primeiro corte, as interligações entre o
Norte/Nordeste/Centro Oeste com o Sul/Sudeste caíram, o que gerou a
separação completa desses sistemas. Na tarde de sábado, o subsistema
Norte/Nordeste estava transferindo para o Sul/Sudeste uma carga de 5.000
MW médios.
O sistema que tenta isolar esses problemas de desligamentos, chamado de
Erac (Esquema Regional de Alívio de Carga), entrou em operação e
derrubou o fornecimento de algumas regiões para reequilibrar a demanda
de carga e a geração. Foi preciso afetar doze Estados para reequilibrar o
sistema.
Segundo o ONS, a suspensão do fornecimento de energia da interligação
entre os sistemas Norte/nordeste/Centro Oeste e Sul/Sudeste foi
interrompida, sendo religada minutos depois. Cerca de 30 minutos apos a
ocorrência, aproximadamente 50% da carga estava restabelecida. Uma hora
depois, 90%.
INVESTIGAÇÃO
Ontem, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) realizou
reunião extraordinária, com a presença do ministro Edison Lobão, para
avaliar o problema.
Segundo informações do ministério, a falha provocou o desligamento de
aproximadamente 8.800 MW de carga, sendo 50% na região Sudeste. A causa
do apagão, no entanto, ainda não foi confirmada.
Equipes técnicas do MME, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)
e do ONS seguiram para Itumbiara para participar das análises sobre a
falha no fornecimento de energia.
O ONS deve esclarecer ainda hoje as origens do apagão. Oficialmente, o
MME considera o problema como uma "perturbação do sistema".
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