Sancionado por Dilma, Vale Cultura só deve ser pago a partir de julho
Apesar de ter sido sancionado nesta quinta-feira (27), o benefício de R$
50 mensais para os trabalhadores gastarem com cultura deve ser pago
somente no segundo semestre de 2013. O governo federal tem 180 dias para
regulamentar o Vale Cultura.
A demora em fazer o Vale Cultura virar lei tem consumido o poder de compra do benefício.
Desde que o projeto inicial foi proposto no Congresso, em 2009, até
agora, o poder de compra já caiu 16,9%, de acordo com estudo da FGV
(Fundação Getúlio Vargas).
"Realmente há uma defasagem, mas nós fizemos um cálculo e, se fôssemos
ampliar, ia ser muito mais complicado. Acredito que com R$ 50 por mês dá
para pegar um bom cineminha e ainda um teatro", afirmou a ministra da
Cultura, Marta Suplicy.
Apesar de ter sido pensado para atender os cerca de 17 milhões de
trabalhadores com carteira assinada que ganhem até cinco salários
mínimos (R$ 3.390), Marta afirmou que se trata de um número "potencial".
O governo trabalha com uma previsão "otimista" de 10 milhões de
beneficiados.
Dos R$ 50 mensais, R$ 45 serão bancados pelo governo federal via
renúncia fiscal aos empregadores (cerca de R$ 7 bilhões anuais) e o
restante, pelos trabalhadores ou pelas empresas que quiserem custear.
A adesão ao benefício não é obrigatória. Para Marta, vai existir
"pressão" para que as empresas implantem o Vale Cultura. O governo quer
que os aumentos do benefício, não previstos na legislação, sejam
bancados pelo setor privado.
LIBERDADE DE ESCOLHA
O Vale Cultura poderá ser usado para aquisição de produtos culturais de
qualquer espécie, a critério do trabalhador. Segundo a ministra, isso
não significa necessariamente que as grandes produções serão
beneficiadas com o aumento de público.
Ela descartou qualquer possibilidade de o governo condicionar os gastos.
"A graça desse projeto é que a pessoa escolhe onde quer gastar. Se eu
quero gastar tudo em livro, eu vou gastar, se eu quero economizar para
ir a uma peça de R$ 200, eu vou fazer", afirmou.
O Vale Cultura havia sido apontado como prioridade da ex-ministra Ana de
Hollanda, que deixou a pasta em setembro sem conseguir a aprovação do
projeto.
Assim que assumiu o ministério, Marta Suplicy transformou o benefício em
vitrine de sua gestão e foi ao Congresso pedir urgência na votação.
Fonte; Folha de SP/Uol/Márcio Melo
Fonte; Folha de SP/Uol/Márcio Melo
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