Depois de mais de 100 dias de internação, morreu na terça-feira (7) em Natal o homem que a Polícia Civil acredita ter sido envenenado dentro de uma hospital, em Parnamirim, pela própria mulher no mês de setembro. Ela foi presa em outubro. (RELEMBRE)
Ricardo Gonçalves Rosa tinha 40 anos de idade. O corpo dele foi levado ao Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) para passar por perícia antes de ser liberado para a família, que é de Caraguatatuba, em São Paulo.
A suspeita da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Parnamirim é de que a esposa tenha o envenenado duas vezes - uma durante uma almoço, o que causou a internação e outa dentro do leito de hospital, através da sonda de alimentação (entenda melhor mais abaixo).
A esposa de Ricardo tem 39 anos e eles tinham 17 de relacionamento. Segundo o advogado de defesa dela, ela nega as acusações.
"Em todo momento a acusada nega a participação, até porque existem dois laudos que foram juntados pelo Itep, que foi o exame de sangue e urina, que não constataram absolutamente nada no corpo da vítima", disse o advogado Edson Siqueira.
"Já existia uma diligência requerida pela autoridade policial que, em caso de falecimento, o corpo deveria ser encaminhado para o Itep para exames complementares, como o de vísceras. Esse exame que realmente vai dizer ou não se existe ou existiu presença de veneno no corpo dele".
A Polícia Civil solicitou um novo exame toxicológico para confirmar se Ricardo foi mesmo vítima de envenenamento.
Quanto ao crime, a Polícia Civil vai indiciá-la por homicídio consumado ao invés de tentativa de homicídio - cabe ao Ministério Público acatar.
O caso
As investigações da Polícia Civil apontam que o marido dela entrou em coma horas após um almoço com a investigada, sendo internado em seguida com um quadro grave e desconhecido em setembro.
Dias após essa internação, em 23 de setembro, a mulher, durante uma visita, pediu para ficar reservadamente com o marido no leito do hospital para fazer uma oração. Foi neste momento que os equipamentos que mantinham o rapaz vivo começaram a alarmar.
"A equipe médica chegou ao local e verificou uma substância estranha na sonda que leva alimentação ao paciente. Nós encaminhamos ao Itep e foi identificado como um inseticida", contou o delegado Cláudio Henrique na época da prisão da mulher. Ele preferiu não gravar nova entrevista.
O material foi recolhido e entregue a Polícia Civil. O exame químico-toxicológico feito na sonda pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia do RN (Itep) identificou a substância como “chumbinho”, um inseticida de uso agrícola.
Segundo a Polícia Civil, a vítima havia apresentado melhora no quadro clínico durante a internação, mas após o episódio no hospital, ele voltou a ficar em estado grave.
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