Dilma anuncia nesta quarta-feira medidas para injetar até R$ 6 bi na economia
Plano prevê estímulo à compra de produtos nacionais por órgãos do governo
BRASÍLIA e SÃO PAULO — O governo lança nesta quarta-feira o Plano de
Políticas de Compras Governamentais, que vai injetar na economia entre
R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. É mais um esforço para turbinar a atividade
econômica, que está quase estagnada. Numa cerimônia com muitos
convidados — empresários e políticos de diversas regiões do país —, a
presidente Dilma Rousseff anunciará que o setor público vai antecipar as
encomendas de vários ministérios, programadas para ocorrer ao longo dos
próximos meses. O objetivo é estimular o setor produtivo, retraído por
conta da crise, a fazer o mesmo.
A expectativa é que o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, também anuncie a prorrogação da redução do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da
linha branca, móveis e produtos elétricos, como luminárias e lustres,
que vence no sábado. O setor espera que o incentivo vigore até o fim do
ano. A lista de materiais de construção que já conta com o benefício
também deverá ser ampliada.
Um dos pilares do plano é dar
preferência ao produto nacional no fornecimento ao setor público,
principalmente nas áreas da saúde, educação, agricultura e defesa. Para
isso, o governo vai ampliar a lista de itens que podem ser comprados por
até 25% mais, como medicamentos para para o Sistema Único de Saúde
(SUS). Outros itens como equipamentos hospitalares devem ser
beneficiados. Também está prevista uma nova linha do BNDES para
financiar compras de equipamentos hospitalares por estados e municípios.
Entre
as compras do poder público que receberão incentivos estão lançadores
de foguetes e mísseis, blindados e caminhões para as Forças Armadas. Os
municípios também devem receber incentivos para a compra de
retroescavadeiras, motoniveladoras e equipamentos agrícolas. Na área da
educação, o plano prevê repasses de recursos do Orçamento para a
construção de quadras esportivas e compra de mobiliário e ônibus
escolares, via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
No
evento, os prefeitos vão assinar termos de compromissos para tocar os
empreendimentos — em ano de eleições municipais. A meta do Planalto é
construir até 2014 cerca de seis mil novas quadras escolares cobertas,
além de instalar quatro mil coberturas nas existentes. O investimento
previsto para tal é de R$ 380 milhões. A compra de mobiliário escolar é
estimada em R$ 400 milhões.
A agricultura, outra forma de injetar
dinheiro na economia, não foi esquecida. A agricultura familiar terá R$
18 bilhões e o agronegócio entre R$ 110 bilhões e R$ 120 bilhões.
Construção e equipamento para UPAs: R$ 1 bilhão
O
Ministério da Saúde terá R$ 1 bilhão, dentro da segunda fase do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), para construção, reforma e
ampliação de unidades básicas de saúde e de unidades de pronto
atendimento (UPA), que ainda precisarão ser equipadas.
O pacote
foi mencionado ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando
Pimental, num evento em São Paulo. Ele não antecipou o teor das medidas,
“para não tirar o brilho do anúncio”.
— Estamos focando muito o
investimento. Já fizemos muita coisa para expandir o consumo — disse
Pimentel na abertura do 5 Congresso Brasileiro de Pesquisa.
O
pacote de medidas foi discutido ontem pela presidente com os ministros
Mendes Ribeiro Filho (Agricultura), Pepe Vargas (Desenvolvimento
Agrário), Aguinaldo Ribeiro (cidades) e Alexandre Padilha (Saúde), além
da chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
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