MPF-CE pede a anulação do Sisu do segundo semestre
Procurador da república diz que vagas têm que ser preenchidas por lista de espera do primeiro semestre
RIO - O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) ingressou com ação civil pública pedindo a anulação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do segundo semestre, que abriu nesta segunda-feira
(25). De acordo com o procurador da república Oscar Costa Filho, o novo
processo seletivo prejudica candidados que já estavam inscritos na
primeira edição deste ano do Sisu, mas não conseguiram uma vaga.
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Como um aluno já matriculado em uma universidade pode concorrer ao Sisu
novamente, muitos candidatos que haviam sido aprovados no primeiro
semestre estão saindo de seus cursos e se inscrevendo de novo.
Inclusive, recebi informações de que colégios de Fortaleza estavam
pagando a ex-alunos para colocar suas notas novamente no Sisu - disse o
procurador.
Candidato a uma vaga em Engenharia Eletrônica na UFRJ,
Brenno Tavares está passando por essa situação. Na primeira chamada do
Sisu do início do ano, ele ficou na 118ª colocação. Ao fim do processo,
terminou em oitavo lugar na lista de espera. Já no processo seletivo que
abriu nesta segunda-feira (25), ele caiu para o 171º lugar.
- Não
deveria haver Sisu no segundo semestre ou, se houvesse, que fosse
participar apenas quem não tivesse passado na edição do primeiro
semestre. Porque para mim não adiantou muito e para muitos também não -
reclama o estudante.
Segundo Oscar Costa Filho, as vagas do
segundo semestre deveriam ser ocupadas pela lista de espera do Sisu do
início de ano. Ele argumenta que o processo seletivo tem gerado vagas
ociosas que facilitam as fraudes. Em sua ação, o procurador juntou reportagens de O GLOBO que denunciaram a venda de vagas na Unirio. De acordo com ele, na Universidade Federal do Ceará (UFC), também houve 17 vagas ociosas em Medicina no último ano.
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Quero mostrar que o Sisu proporciona uma maneira desenfreada de vagas
ociosas inclusive em cursos nobres, simplesmente porque o aluno não quer
mais ou de forma deliberada. Essas vagas são preenchidas por
transferências, o que facilita fraudes.
O Ministério da Educação
informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “está
absolutamente seguro do processo transparente e republicano do Sisu. E
confia que a Justiça brasileira vai assegurar o acesso democrático à
universidade pública federal. Não chega a ser uma novidade a
manifestação deste procurador do Ministério Público do Ceará, que apesar
de não ter responsabilidade específica em educação, já impetrou mais de
10 representações, todas devidamente recusadas pela magistratura”, diz a
nota oficial.
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